O TDAH é um tema cada vez mais presente nas conversas. Mas será que você realmente sabe o que é TDAH? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta tanto crianças quanto adultos, dificultando a concentração e o controle de impulsos.
Esse transtorno pode impactar o desempenho escolar, a convivência social e o ambiente de trabalho, sendo essencial identificar os sintomas e buscar o tratamento adequado.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta aproximadamente 5% a 8% das crianças em todo o mundo e cerca de 2,5% dos adultos. No Brasil, a prevalência estimada em crianças e adolescentes é de 7,6%, enquanto entre adultos varia entre 5,2% a 6,1%, dependendo da faixa etária, conforme estimado pelo Ministério da Saúde.
TDAH: o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade?
O TDAH é caracterizado por uma combinação de desatenção, hiperatividade e impulsividade. A condição costuma surgir na infância, muitas vezes antes dos 12 anos, mas pode persistir ao longo da vida, afetando o comportamento e a forma como a pessoa lida com as atividades do dia a dia. De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, o transtorno é um dos mais comuns em crianças, e também afeta uma porcentagem considerável de adultos.
Os três tipos de TDAH
O TDAH pode ser dividido em três tipos, dependendo dos sintomas predominantes:
Predominantemente Desatento: Nesse subtipo, os sintomas principais incluem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades, distração fácil e esquecimentos frequentes. Pessoas com essa forma do TDAH podem ter problemas para seguir instruções ou completar tarefas, especialmente quando são complexas ou exigem atenção prolongada.
Há uma tendência a perder objetos necessários para atividades cotidianas (como chaves, materiais escolares ou documentos) e dificuldades em organizar atividades diárias. Esse subtipo é frequentemente diagnosticado mais tardiamente, pois os sintomas podem não ser tão disruptivos quanto os associados à hiperatividade. Em crianças, pode ser confundido com falta de motivação ou preguiça.
Predominantemente Hiperativo-Impulsivo: Aqui, a hiperatividade e a impulsividade são os sintomas mais pronunciados. Isso se manifesta em comportamentos como inquietação constante (não conseguir ficar sentado por muito tempo), falar excessivamente ou interromper os outros, e dificuldade em esperar a sua vez.
A impulsividade pode levar a ações precipitadas, como interromper conversas ou atividades e correr riscos sem considerar as consequências. Esse tipo de TDAH tende a ser mais fácil de identificar em crianças pequenas, que mostram comportamentos agitados e têm dificuldade em controlar seus impulsos.
Combinado: É o tipo mais comum e envolve uma combinação significativa de sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade. Indivíduos com o tipo combinado podem apresentar uma ampla gama de comportamentos que dificultam a concentração e o controle de impulsos.
Essa combinação faz com que o TDAH combinado seja o mais disruptivo em contextos sociais e educacionais, já que a criança ou adulto pode ter dificuldades tanto para manter o foco quanto para controlar comportamentos impulsivos.
Causas: fatores genéticos, ambientais e sua influência no transtorno
O TDAH é influenciado por fatores genéticos e ambientais. Estudos mostram que a genética tem um papel relevante, com familiares de pessoas com TDAH apresentando maior probabilidade de desenvolver o transtorno.
Além disso, fatores ambientais, como exposição a substâncias tóxicas durante a gestação, parto prematuro e baixa oxigenação ao nascimento, também podem aumentar os riscos. A combinação desses fatores pode afetar a estrutura cerebral e o funcionamento dos neurotransmissores, o que contribui para os sintomas do TDAH.
De acordo com estudos, as principais causas do TDAH estão ligadas a fatores hereditários e a problemas durante a gravidez, como estresses e brigas, que alteram as conexões entre os neurônios, afetando os neurotransmissores do bebê (na dopamina e noradrenalina).
Além disso, algumas pesquisas também apontam outras possíveis causas para o TDAH, como:
substâncias ingeridas durante a gravidez, como a nicotina e álcool, por exemplo;
sofrimento fetal, como problemas durante o parto;
fatores ambientais, como exposição a substâncias radioativas;
exposição a chumbo;
problemas familiares, como brigas, agressões, ou tudo que afete o bem-estar do bebê.
Como identificar o transtorno de déficit atenção e hiperatividade em crianças e adultos
O diagnóstico de TDAH pode ser desafiador, pois os sintomas variam de acordo com a idade e podem ser confundidos com comportamentos típicos. Contudo, identificar os sinais em crianças e adultos é essencial para direcionar o tratamento adequado.
No caso onde o TDAH é caracterizado pela desatenção, as maiores dificuldades e sintomas são:
- falta de concentração;
- falta de organização;
- não conseguir seguir instruções;
- não terminar o que começa;
- se distrair com facilidade;
- esquecimento;
- não se prender em detalhes;
- dentre outros.
Já em casos onde a hiperatividade é dominante no indivíduo com TDAH, os principais sintomas são:
- inquietude;
- agitação;
- impaciência;
- impulsividade;
- precipitação e intromissão;
- não se prender por muito tempo em uma atividade;
- tédio;
- dentre outros.
Sintomas em crianças
Em crianças, o TDAH geralmente se manifesta por dificuldade em manter a atenção em tarefas escolares, inquietação, fala excessiva e impulsividade. Esses comportamentos podem prejudicar o desempenho acadêmico e a interação com colegas, além de serem confundidos com atitudes normais da idade.
A criança pode parecer desinteressada em atividades que exijam concentração e ser constantemente repreendida por comportamentos considerados inapropriados.
Sintomas em adultos
Nos adultos, o TDAH pode se apresentar de forma diferente. A hiperatividade tende a diminuir, mas a desatenção e a impulsividade permanecem. Entre os sintomas comuns estão a dificuldade em organizar tarefas, esquecer compromissos e prazos, procrastinação e problemas para manter a atenção em reuniões e conversas.
Além disso, muitos adultos com TDAH enfrentam desafios no ambiente de trabalho e nos relacionamentos, o que pode resultar em estresse e ansiedade.
A importância de fazer um diagnóstico de TDAH adequado
Um diagnóstico preciso é fundamental para diferenciar o TDAH de outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes, como ansiedade e depressão. O processo de diagnóstico deve ser realizado por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, que utilizará critérios clínicos e questionários específicos.
O diagnóstico precoce é importante para evitar prejuízos ao desenvolvimento da criança e garantir um melhor ajuste do adulto às suas atividades diárias.
Como diagnosticar TDAH
Primeiramente, é importante reconhecer os sinais e sintomas do TDAH para obter um diagnóstico preciso e começar o tratamento adequado.
Normalmente, os primeiros sintomas de TDAH se manifestam logo na infância – precisamente antes dos sete anos de idade – em pelo menos dois ambientes diferentes onde a criança vive.
Por isso, para começar a avaliação e diagnóstico de TDAH é necessário reunir os sinais de comportamento (que envolvem a fala, coordenação motora, socialização, dentre outros sintomas em diversas situações diferentes) em ambientes como:
- casa;
- escola;
- lazer.
Portanto, o diagnóstico de TDAH é feito em diversas etapas:
- Histórico médico e de desenvolvimento: É coletado informações sobre o histórico médico, de desenvolvimento e comportamental do paciente;
- Observação clínica: O profissional de saúde observa o comportamento do paciente em diferentes ambientes e situações;
- Questionários e escalas de avaliação: O paciente ou os pais/responsáveis respondem a questionários ou preenchem escalas de avaliação que ajudam a identificar sinais de TDAH;
- Avaliação neuropsicológica: Um profissional de saúde realiza uma avaliação neuropsicológica para avaliar as habilidades cognitivas e de atenção do paciente.
- Exames físicos e de imagem: Exames físicos e de imagem, como ressonância magnética, podem ser realizados para descartar outras condições que possam estar causando sintomas semelhantes ao TDAH.
- Consulta com um psiquiatra ou psicólogo: Um psiquiatra ou psicólogo é consultado para avaliar o paciente e confirmar o diagnóstico de TDAH.
É importante lembrar que o processo de diagnóstico pode variar de acordo com os níveis de sintomas de cada indivíduo.
5 fatos sobre a importância de fazer um diagnóstico de TDAH adequado
- Tratamento eficaz: Diagnosticar o TDAH corretamente permite que o paciente receba o tratamento adequado e eficaz, melhorando sua qualidade de vida e desempenho;
- Evita o uso inadequado de medicamentos: O diagnóstico incorreto pode levar ao uso inadequado ou excessivo de medicamentos, o que pode ter efeitos colaterais indesejáveis;
- Melhora a compreensão: Ajuda o paciente e sua família a compreender melhor a condição e a lidar com ela de maneira eficaz;
- Redução de estigmas: Ajuda a reduzir estigmas e a sensibilizar a sociedade para a condição, melhorando a aceitação e a inclusão social do paciente;
- Identificação de outras condições: O diagnóstico correto de TDAH pode ajudar a identificar outras condições de saúde mental ou física que possam estar afetando o paciente, possibilitando um tratamento adequado.
Tratamento do TDAH: Quais são as opções e sua eficácia?
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir medicação, terapia comportamental e ajustes no ambiente escolar ou de trabalho.
Como é o tratamento de TDAH
O tratamento para TDAH é feito de modo multidisciplinar, usando a combinação de:
- Medicamentos;
- Psicoterapia;
- Fonoaudiologia (quando houver problemas de fala ou de escrita);
- Tratamentos alternativos (exercícios físicos, por exemplo).
Além disso, é necessário ensinar técnicas específicas e orientações sobre o tratamento aos pais e professores do indivíduo, pois as ações para melhorar a qualidade de vida do paciente precisam ser respeitadas e realizadas por todos.
Sendo assim, separamos alguns exemplos de como funciona o tratamento para TDAH de maneira multidisciplinar, que pode incluir:
- Medicamentos: Os medicamentos mais comuns para TDAH são os psicoestimulantes, como a ritalina, que ajudam a melhorar a concentração e a atenção, além de antidepressivos (se forem necessários);
- Terapia comportamental: A terapia comportamental, como a terapia cognitivo-comportamental, pode ajudar a melhorar as habilidades sociais, de comportamento e de autocontrole do paciente;
- Informação e treinamento: A informação adequada e o treinamento sobre TDAH podem ajudar o paciente e sua família a compreender melhor a condição e a lidar com ela de maneira eficaz;
- Estilo de vida saudável: A adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, atividade física regular e boas práticas de sono, pode ajudar a melhorar os sintomas do TDAH;
- Suporte social: O suporte social, incluindo grupos de apoio e terapia familiar, pode ser útil para ajudar o paciente e sua família a lidar com os desafios do TDAH.
OBS.: O tratamento para o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade pode variar dependendo da gravidade dos sintomas e das necessidades do paciente, e deve ser elaborado por profissionais adequados.
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