O transtorno alimentar e autismo possui relação íntima na medida em que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são mais afetadas por distúrbios na alimentação, em especial, as crianças.
Hoje, sabe-se que crianças com autismo e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) apresentam comportamentos alimentares atípicos, ou seja, não se alimentam regularmente como a população geral.
Portanto, acompanhar a saúde nutricional das crianças é fundamental, a fim de evitar o agravamento de determinadas condições de saúde. Continue a leitura para entender como fazer.
Transtornos alimentares em crianças com autismo
O autismo é caracterizado pela rigidez de comportamento, o que estimula em crianças com autismo a busca por uma alimentação repetitiva.
Neste sentido, elas costumam ser mais afetadas quando se fala em transtornos alimentares que envolvem uma relação ansiosa com a comida, na qual o alimento se torna uma espécie de fuga, ou até mesmo a ação inversa, que consiste em deixar de comer, conhecido como transtorno evitativo.
Abaixo estão listados os principais motivos que levam uma criança com autismo a desenvolver transtornos alimentares:
- Desejo de controle e familiaridade com certos alimentos;
- Utilizar a comida como estratégia de fuga;
- Alterações sensoriais associadas ao alimento, como não conseguir identificar que está saciado;
- Rotina alimentar restrita e rígida
Neste sentido, o padrão de repetição da criança autista, associado aos principais motivos que as levam a desenvolver uma relação ruim com a comida, reduzem a consistência alimentar, o que pode levar ao desenvolvimento dos seguintes transtornos:
- Bulimia;
- Anorexia;
- Compulsão alimentar periódica.
Como consequência da seletividade alimentar, crianças com autismo podem apresentar:
- Perda ou ganho de peso de modo acelerado;
- Redução na capacidade de se concentrar;
- Queda capilar;
- Mudanças nos batimentos cardíacos.
Assim, é fundamental entender como efetuar intervenções terapêuticas multiprofissionais e, inclusive, acompanhar a saúde nutricional das crianças em casa.
Como acompanhar a saúde nutricional de crianças com autismo?
O estresse parental é comum em famílias de crianças com TEA. No entanto, compreender que esta é uma característica específica da criança vai facilitar o processo.
Portanto, além de manter acompanhamento com nutricionistas e outros profissionais da saúde, os pais podem adotar as seguintes estratégias em casa:
Introdução alimentar
A introdução alimentar de crianças com TEA pode ser feita, inclusive, após ela já ter iniciado o seu hábito de comer. Porém, diferente das estratégias tradicionais, aqui a família vai introduzir novas formas e texturas para alimentos que a criança já faz uso.
Toda família deve ser alimentar com a mesma comida
É comum famílias prepararem um “alimento especial” para as crianças com TEA. No entanto, o ideal é que todos consumam os mesmos alimentos, para estimular a criança a ingerir diferentes grupos nutricionais, texturas e formas de alimentos.
Associe a alimentação a um momento de alegria e prazer
O estresse parental pode tornar o momento de se alimentar um grande problema, porque insistem que a criança consuma algo que ela, decididamente, rejeita.
Por isso, procure deixar esse momento o mais leve possível, de preferência, com objetos e outros acessórios que a criança goste por perto. Manter a calma e sorrir também vai facilitar.
Da mesma maneira, observe quais são os alimentos que a criança ingere com mais frequência, a qual grupo alimentar eles pertencem, se há variedade de cores ou não, bem como se elas apresentam preferências por ultraprocessados.
Isso porque, vai ser possível traçar um histórico alimentar e observar quais são as vitaminas, sais minerais e outros nutrientes que a criança ingere, bem como pensar em abordagens para afastar o consumo de ultraprocessados.
Para um diagnóstico e tratamento adequado do Transtorno do Espectro do Autismo, uma equipe interdisciplinar e humanizada é essencial.
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