O dia a dia de uma pessoa que cuida de uma criança autista envolve muitos desafios. Afinal, qualquer probleminha na rotina ou fator externo sem aviso pode causar um “problemão”. Diante disso, estamos destacando que existem condições ambientais que afetam crianças com autismo e que costumam pegar os adultos cuidadores de surpresa.
Por exemplo, uma tempestade que cause um baita barulho costuma incomodar muito essas crianças. Mas o que fazer, exatamente, tendo em vista que não se pode controlar o clima? Ora, leitor, apesar de não conseguirmos ter controle sobre as condições externas, é possível pensar em alternativas que tornem o momento mais fácil de lidar, entenda!
Como as condições ambientais podem afetar uma criança com autismo
Não é novidade para ninguém que entre os sintomas do espectro autista está a dificuldade de lidar com externalidades, especialmente os imprevistos. Isso porque essas crianças estão dentro de uma rotina muito introspectiva e o choque com o mundo “do lado de fora” pode ser muito grande.
Desse modo, barulhos altos, cheiros fortes, sensações inesperadas na pele e afins podem gerar uma situação de crise, quando se tem o diagnóstico de autismo. Em situações como essa, é preciso lembrar que o modo de lidar com uma criança autista é um pouquinho diferente do que com as demais crianças.
Será necessário criar um ambiente em que ela se sinta segura. Porém, fique ligado, pois quando falamos aqui de “ambiente” não estamos falando apenas de lugar. Na verdade, queremos mostrar como criar uma situação que dê o mínimo de conforto para essa criança para que ela se sinta menos aterrorizada.
Dicas para lidar com as externalidades
Não tem jeito, uma hora ou outra, imprevistos aparecerão trazendo a necessidade de trabalhar uma solução rápida para acalmar sua criança com autismo. Para isso, é importante estar preparado e contar com um repertório de saberes para lidar com a situação. A seguir, confira algumas dicas úteis:
É possível eliminar o estímulo?
Algo externo assustou a criança, como a chuva caindo sobre o jardim em que ela brinca, pense se é possível eliminar o estímulo. Erroneamente, muitos tentam forçar a criança a se adaptar com algo que a incomoda, o que, hipoteticamente, a faria perder o medo. Assim, fazê-la permanecer na chuva seria bom para “afastar esse medo”.
Trata-se de um super erro. Isso porque o que acontece no momento não é medo comum como com as outras crianças. Ao invés disso, pense em protegê-la a todo custo, como levando-a para um lugar longe do alcance de chuva. Nada de tentar forçá-la a alguma coisa, tá?
Tente distraí-la
Digamos que você está dentro de casa quando começa uma tempestade barulhenta e você já nota que isso incomoda a criança. Uma alternativa é tentar captar a atenção dela para distraí-la, com algum brinquedo ou contando uma história, para tirar o foco do barulho.
Tenha cuidado com o toque
Abraçar num momento de crise pode parecer uma ótima solução, mas nem sempre é assim que funciona. Como já mencionamos, os autistas costumam ser sensíveis a estímulos sensoriais e o toque pode ser um deles. De modo que um abraço que parece inocente pode trazer ainda mais conflitos.
Apenas abrace se você sentir um espaço para isso ou para proteger a criança de possíveis objetos pontiagudos e que ofereçam algum risco.
Cuidado com o tom da voz
De forma bem semelhante ao abraço, o grito também é pra lá de invasivo e pode causar muita confusão. Infelizmente, ainda é muito comum que pais acreditem que as crises em autistas seja birra e por isso grite com eles. No entanto, esse é o momento de ter empatia e exercitar o máximo de paciência possível.
Por fim, vale dizer que o comportamento varia bastante de criança para criança, de modo que uma dica que serve para uma pode ser inútil para outra. Logo, é muitíssimo importante manter o contato com profissionais da psicologia e psicopedagogia sempre.