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TEA

Como prevenir crises agressivas no TEA? Veja como lidar!

As crises agressivas no TEA, também chamadas de comportamentos desafiadores ou crises comportamentais, significam os episódios em que uma pessoa com autismo manifesta ações agressivas, como: atacar objetos, agredir e ferir a si próprio ou outras pessoas.

Desse modo, esses casos podem existir por conta de diversas razões e podem variar se tratando da intensidade e duração.

Vale salientar que, nem todos aqueles que possuem autismo, experimentam agressividades. Além disso, cada indivíduo é um ser único tanto em suas características quanto nos seus comportamentos.

Sendo assim, é necessário saber um pouco mais referente a essas crises agressivas no TEA (Transtorno do Espectro Autista), e também quais métodos podem ajudar nesses momentos. Confira!

De onde vem as crises agressivas no TEA?

Pode-se dizer que, existem algumas razões no autismo que estão necessariamente ligadas à agressividade, como, por exemplo: dificuldade na verbalização das ideias, rigidez, inflexibilidade, dificuldade de adaptação a alterações, sons, cores, cheiros e dentre outros.

Diante disso, a agressividade pode iniciar quando o autista sente tantas coisas e tudo que a mesma consegue transmitir em palavras ou gestos lhe parece insuficiente.

Portanto, também são os fatores da sensibilidade, geralmente causada pelas mudanças no ambiente que, para um ser neurotípico, podem passar despercebidos.

Um estudo conduzido nos Estados Unidos demonstrou que aproximadamente 1 em cada 4 crianças autistas manifestam comportamento agressivo. 

Além disso, os estudos também revelaram que crianças com um coeficiente de inteligência mais baixo apresentam uma maior predisposição a ter crises nervosas.

Entendendo e assimilando os antecedentes

Conforme o próprio termo sugere, um antecedente refere-se a todos os eventos que ocorrem antes de um comportamento. Para determinar quais são os fatores que precedem um episódio de agressividade, é essencial observar o que acontece antes desse momento.

Assim, muitos episódios de agressividade podem ser desencadeados quando uma pessoa autista se recusa a fazer algo ou tem um desejo negado, por exemplo. 

No entanto, outras razões podem estar envolvidas, como estar em um ambiente extremamente ruidoso ou até mesmo com uma sobrecarga de estímulos visuais.

Portanto, é crucial observar o que pode estar ocorrendo e, da mesma forma que com o comportamento, ao identificar um padrão, será possível determinar um antecedente.

Como lidar com as crises agressivas no TEA?

Enfrentar situações de agressividade em indivíduos com autismo pode ser complexo, no entanto, há técnicas eficazes disponíveis para reduzir tais situações e confortar ao mesmo tempo.

Mantenha a serenidade

É fundamental manter a serenidade e evitar reações negativas ou agressivas diante do comportamento agressivo da pessoa com autismo. Então, responder de forma tranquila pode ser a solução.

Busque um lugar seguro

Agora, coloque em primeiro lugar a segurança do indivíduo com autismo e das demais pessoas presentes no local. Caso seja preciso, retire objetos que possam representar perigo ou afaste-se de situações que possam ser prejudiciais.

Observe os gatilhos

Identifique os estímulos que desencadeiam as crises agressivas. Isso pode incluir a observação de comportamentos recorrentes, variações na rotina ou situações sensoriais desconfortáveis.

Comunique-se de modo claro e direto

Opte por uma comunicação direta e fácil de entender ao interagir com a pessoa autista durante e após a crise. Isto é, evite fornecer instruções complicadas e conceda um período adequado para que a pessoa se acalme e assimile as informações.

Entregue apoio e compreensão

Por fim, demonstre empatia e compreensão em relação às dificuldades enfrentadas pela pessoa autista. Então, esteja presente e ofereça suporte, evitando qualquer forma de julgamento ou crítica.

Ademais, é crucial ter em mente que cada indivíduo com autismo é único, portanto, as abordagens de manejo podem variar de acordo com as necessidades específicas de cada um. 

A colaboração com profissionais especializados é essencial para elaborar um plano de suporte personalizado e eficaz.

Referência

HILL, A. P. Aggressive Behavior Problems in Children with Autism Spectrum Disorders: Prevalence and Correlates in a Large Clinical Sample. National Institutes Of Health, Volume 8, Edição 9, Setembro de 2014, páginas 1121-1133.

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Atrasos TEA

Como funciona o cérebro do autista? Entenda o que acontece!

Saber como funciona o cérebro do autista de forma exata é um dos maiores desafios para a ciência, uma vez que a condição ainda é incansavelmente estudada pelos especialistas.

O que se sabe até o momento é que o cérebro autista funciona de forma diferente do cérebro neurotípico – que não há nenhum transtorno.

Por isso, pessoas com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) respondem a estímulos e informações de maneira diferente. Continue lendo até o final para entender!

Cérebro e suas funcionalidades

O cérebro é o órgão mais importante de todo o nosso corpo. Sendo, inclusive, o primeiro órgão que se desenvolve no feto, a partir do 18º dia de gestação.

Ele é responsável por controlar todos os sistemas do organismo, atuando também na maneira em que sentimos, aprendemos e nos comunicamos com o meio externo. Assim, o cérebro controla:

  • pensamentos;
  • linguagem;
  • movimentos voluntários;
  • percepção;
  • equilíbrio;
  • postura;
  • julgamentos.

Como funciona o cérebro do autista?

O cérebro do autista tem algumas particularidades diferentes do cérebro neurotípico. Um estudo recente feito através de ressonância magnética demonstrou que no cérebro autista há áreas em que seu processamento é mais forte, e áreas em que é mais fraco.

Além disso, alguns estudos feitos nos últimos anos demonstram que os hemisférios do cérebro autista apresentam um pouco mais simetria, em comparação àqueles sem nenhum transtorno.

Por essa razão, os autistas apresentam características diferentes na hora de coletar e interpretar informações do mundo externo. O que faz com que eles sejam vistos como “estranhos”.

No geral, os autistas têm dificuldade de lidar com situações que não correspondem às suas habilidades. Como é o caso de ocasiões que exigem processamento rápido de informações dinâmicas.

Mas, em caso de situações em que exigem detalhes concretos, estáticos e verdadeiros, o seu processamento costuma ser muito melhor do que de pessoas sem nenhum transtorno.

Por isso que, muitas das vezes, pessoas com TEA costumam ser superiores em ciências físicas, engenharia, ciências da computação, artes e os demais campos que exigem atenção aos detalhes, raciocínio mecânico, fatos e análise de padrões.

Autismo e processamento cognitivo

O mundo atual é muito acelerado e, o tempo inteiro, o nosso cérebro é bombardeado de informações em fluxos rápidos e contínuos. Essas informações devem ser filtradas e integradas imediatamente, em uma fração de segundos.

Com isso, o cérebro precisa: filtrar o que não tem importância, compreender o contexto, integrar informações simultaneamente, avaliar o significado geral e, ainda, avaliar a melhor maneira de responder.

Todos esses processos exigem um processamento rápido, que, no cérebro de pessoas neurotípicas, fluem bem. Mas, o cérebro autista processa as informações pouco a pouco, de forma sequencial e organizando os detalhes.

Isso não significa que o cérebro do autista seja melhor ou pior do que o cérebro neurotípico, apenas diferente.

No TEA, as áreas relacionadas à socialização, comunicação e processamento emocional não se desenvolvem de forma adequada.

Mas, áreas que envolvem matemática, compreensão, produção de matéria escrita, design e arte se desenvolvem além do comum. Por isso, é comum que os autistas apresentem melhor percepção dos detalhes, bom raciocínio lógico e concreto e boa memória para estatísticas e fatos.

Referências

RAPOSO, C. C. S.; FREIRE, C. H. R.; LACERDA, A. M. O CÉREBRO AUTISTA E SUA RELAÇÃO COM OS NEURÔNIOS-ESPELHO. HumanÆ (Questões controversas do mundo contemporâneo), v. 2, n. 9, p. 1-21, 2015.

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Pediatria TEA

Atendimento odontológico em crianças com autismo: quais são as melhores estratégias

O atendimento odontológico para autistas deve adotar estratégias mais específicas que se adequem às características mais recorrentes do espectro, e dos pacientes particularmente, afinal, cada pessoa possui suas próprias peculiaridades e intensidades no Transtorno de Espectro Autista (TEA).

Esse atendimento especializado desempenha um papel crucial na garantia da saúde bucal e bem-estar desses pacientes, afinal o autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social, tornando a experiência em um consultório odontológico, potencialmente desafiadora. 

Quais são os maiores desafios para o profissional?

É fundamental reconhecer a importância de um atendimento adaptado e sensível a necessidades específicas de crianças que frequentemente apresentam sensibilidades sensoriais intensas, o que pode tornar a exposição a estímulos visuais, auditivos e táteis durante uma consulta odontológica altamente desconfortável. 

Essas sensibilidades podem variar amplamente de uma criança para outra, o que torna essencial buscar profissionais especialistas no atendimento de crianças autistas, que estejam preparados para adaptar o ambiente e os procedimentos conforme as necessidades individuais.

A dificuldade de comunicação é outro desafio significativo, muitas crianças com autismo têm dificuldade em expressar suas preocupações, medos ou desconfortos de maneira verbal, apesar disso, algumas crianças autistas, principalmente as não verbais, precisam da utilização de métodos alternativos de comunicação, para garantir a compreensão e o seu conforto.

É essencial preparar a criança com antecedência, explicar o que acontecerá naquele dia e qual a importância do dentista, assim, ela não será pega totalmente de surpresa, afinal, uma das características do TEA, são as rotinas e a dificuldade de sair delas.

Quais estratégias adotar?

Cada profissional possui sua maneira de lidar com algumas questões, porém, ao tratar de crianças com autismo, é necessário ter sensibilidade e aplicar técnicas mais específicas, que considerem as características derivadas do transtorno.

É interessante realizar um atendimento gradual, que promova a confiança entre o profissional e a criança, deixando-a mais confortável. Na primeira consulta, o dentista pode fazer um processo experimental com o paciente, observando suas reações ao ambiente do consultório, se há algo lhe irritando ou incomodando.

Deve ser feita uma anamnese completa, assim, suas condições médicas, o histórico de uso de medicamentos, os gostos do paciente e seu tipo de comunicação, serão conhecidos, facilitando a personalização dos próximos encontros.

Entre as principais técnicas de atendimento está a do dizer-mostrar-fazer, onde o profissional explica para o paciente, exatamente como será o procedimento, realizando demonstrações, e posteriormente, realizando, além de mostrar cuidadosamente os instrumentos que podem causar medo, deixando a criança familiarizada com eles.

No momento em que o paciente apresentar bons comportamentos, o profissional deve reconhecer e recompensá-la com reações positivas, prêmios ou comemorações, assim, motivando a criança a colaborar com o atendimento. 

Além disso, quando alguma ação que provoca medo for realizada, deve haver alguma distração que tire o foco da criança daquele sentimento e procedimento, para evitar que o restante do atendimento seja comprometido.

O atendimento odontológico em crianças com autismo é de extrema importância, uma vez que problemas bucais não tratados podem levar a dores, infecções e complicações mais sérias, além disso, uma boa saúde bucal é essencial para a qualidade de vida da criança. Conheça o trabalho de profissionais capacitados no nosso site.

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Atrasos TEA

Quais são as principais alterações motoras no autismo? Confira!

O autismo é caracterizado por uma variedade de dificuldades comportamentais e de desenvolvimento em diversos níveis e distintamente, que podem abranger desafios de comunicação e interação social, mas também há alterações Motoras no Autismo.

Antes de conhecer suas principais características, é importante compreender que Transtorno do Espectro Autista (TEA)  é um transtorno de comportamento e cognição que afeta os domínios fundamentais da linguagem e desenvolvimento social com comportamentos repetitivos e restritivos.

Além disso, comumente afeta a motricidade, que inclui o controle motor fino e a coordenação, além de características peculiares como a marcha em ponta dos pés.

Quais são as principais alterações motoras no autismo?

Por ser um espectro, as características e alterações motoras no autismo podem variar significativamente de pessoa para pessoa, não necessariamente a mesma pessoa apresentará todas elas e na mesma intensidade, no entanto, é possível pontuar algumas das mais recorrentes.

Muitas pessoas com TEA enfrentam desafios na coordenação motora, inclusive na coordenação motora fina, o que pode afetar suas habilidades para realizar atividades cotidianas, como amarrar os sapatos, pegar objetos, praticar esportes, escrever, desenhar, recortar e amarrar cadarços, podem ser desafiadoras.

Outra característica observada são os movimentos motores repetitivos, conhecidos como estereotipias, comuns no autismo, o que pode incluir bater palmas, balançar as mãos, girar objetos ou balançar o corpo, esses movimentos podem ser utilizados como mecanismos de autorregulação sensorial.

As habilidades motoras sociais, como contato visual, gestos e postura corporal, também podem ser afetadas, abrangendo a dificuldade em entender e responder adequadamente às expressões e comunicação não verbal dos outros.

Muitas pessoas com autismo têm problemas na integração sensorial, o que pode afetar sua capacidade de processar e responder adequadamente a estímulos sensoriais do ambiente, como luz, som, textura e temperatura, o que pode impactar no controle motor e comportamental.

Outro grande indicador é a marcha na ponta dos pés, extremamente característico no TEA, basicamente, a pessoa caminha sobre os dedos dos pés ao invés de apoiar o pé totalmente no chão.

Quais as consequências da marcha na ponta dos pés?

Sendo um comportamento característico de muitas crianças com autismo, pesquisas indicam que cerca de 20% a 30% das crianças com TEA apresentam essa característica, que consiste em caminhar sobre os dedos dos pés, em vez de apoiar completamente o pé no chão.

Essa prática pode gerar algumas consequências, que, muitas vezes, está associada a dificuldades no equilíbrio e na coordenação motora, afinal, dessa forma a locomoção se torna menos estável, aumentando o risco de quedas.

Além disso, a marcha na ponta dos pés pode indicar atrasos no desenvolvimento motor em crianças com TEA, que podem afetar a capacidade da criança de realizar atividades físicas comuns, como pular, correr e brincar adequadamente para sua idade, podendo impactar em suas experiências e interações sociais.

Outro ponto negativo para a saúde é que, ao caminhar dessa maneira, é exercida uma pressão adicional nos músculos e articulações, o que, a longo prazo, pode levar a problemas musculares e articulares. 

O que também aumenta o risco de lesões, afinal, os calcanhares não amortecem o impacto do corpo da mesma forma quando o pé é completamente apoiado no chão. 

É possível realizar intervenções terapêuticas, como fisioterapia e terapia ocupacional, necessárias para auxiliar a criança a desenvolver uma marcha mais funcional e melhorar suas habilidades motoras. Conheça os nossos serviços no nosso site.

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Diagnóstico Precoce TEA Terapia Infantil

Diagnóstico precoce de TEA e a importância de uma equipe terapêutica transdisciplinar

Ultimamente o diagnóstico Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), em crianças, é eficaz e rápido, decorrente dos últimos avanços da medicina, além de ter se construído um avanço social em que o TEA não é algo impossível de lidar, como era visto antigamente.

Atualmente tem alguns níveis que chegam até a ser confundidos com uma mera timidez, decorrente de uma simples introspecção.

Sinais de alerta

É papel dos pais e demais familiares se manterem atentos às suas crianças, e que possam observar certos sinais. No caso do TEA, o diagnóstico pode ser identificado por pequenos traços. 

Alguns aparecem já nos primeiros meses de vida, como a falta de sorrisos ao interagir com familiares ou de ter demasiadas expressões. 

Um sinal bastante aparente também é quando o bebê não olha diretamente os olhos dos pais, ou até mesmo não chora por falta de colo, aceitando permanecer sozinho no berço, por exemplo. Além de utilizar brinquedos de uma forma pouco convencional.

Já quando criança, eles costumam ter dificuldade para dormir, atraso de fala e preferem até apontar o que desejam do que falar, e baixo interesse em socializar com crianças da mesma faixa etária.

Como se pode ver são pequenas situações que fazem a diferença e que podem facilmente passar despercebidas. É preciso estar atento e dedicado ao desenvolvimento da sua criança, para que seja possível iniciar o tratamento o quanto antes.

O que é um tratamento transdisciplinar?

O tratamento que ocorre de forma transdisciplinar engloba áreas variadas da saúde, onde os profissionais que compõem a equipe terapêutica trabalham dialogando e com o mesmo fim em comum. Nesse caso, na hora de atender a criança, é mais que várias terapias, se trata de uma integração entre tratamentos.

Cada área considerada outra, no melhor dos sentidos, todos trabalham em conjunto para o melhor da criança, seja musicoterapia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia e até terapia ocupacional. É uma verdadeira reabilitação infantil.

As crianças que recebem o diagnóstico de transtorno do espectro autista, costumam ter como principal agravante um atraso global no seu desenvolvimento, que seriam certas dificuldades múltiplas, podendo ser de interação social, motora, de linguagem e até cognitiva.

Nesse sentido, o tratamento transdisciplinar é essencial, porque engloba vários setores que, em conjunto, possibilitam uma integração do tratamento, atendendo cada particularidade do transtorno, tornando a contribuição de todas as partes mais eficiente.

É importante ter em mente durante o tratamento que cada criança possui a sua particularidade, e que cada limite é diferente. Portanto, evite que haja uma cobrança excessiva no que diz respeito ao andamento dos tratamentos, para não tornar esse momento agressivo para o desenvolvimento do seu pequeno.

Esse modelo de tratamento é comprovado cientificamente, apesar de novo, é bastante eficiente, e pode mudar a vida do seu filho.

Gostou do tema e quer conferir mais textos como esse? Então, conheça nosso blog.

Referências:

https://maisexpressao.com.br/noticia/entenda-a-importancia-do-tratamento-transdisciplinar-para-criancas-com-autismo-66911.html
https://embuguacu.sp.gov.br/a-importancia-do-diagnostico-precoce-do-transtorno-do-espectro-do-autismo-tea
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Estimulação Global TEA

Brincadeiras infantis: uma forma de estimular a criança em seus contextos naturais

O ato de jogar e brincar precisam fazer parte do dia a dia de uma criança durante a sua educação na infância. As brincadeiras infantis são fundamentais.

Afinal, é a partir delas que se pode desenvolver o raciocínio, a criatividade, o trabalho em equipe, a coordenação e o imaginar. 

Só com os jogos é possível discutir, criar e até inventar um mundo em que cada ser pode se inserir. 

É claro que cada jogo é mais que uma brincadeira, se trata de uma atividade que compõe um conjunto de regras em que é possível ganhar, e até mesmo perder.

O papel do brinquedo no desenvolvimento da criança

O brinquedo é um elemento muito importante na educação infantil e estudado por variados especialistas, a exemplo de pediatras e pedagogos, que abordam a relevância de brincar para a saúde no desenvolver de uma criança.

Afinal, é a partir da brincadeira que a criança consegue desvendar o mundo, é ali que ela se relaciona, e que constrói seu preparo emocional para a vida, além de ser um excelente espaço para se manter saudável.

O primeiro elemento relevante aqui é o brinquedo, é o verdadeiro suporte para uma brincadeira, será a partir da relação com ele que a criança vai desenvolver o vínculo simbólico que dará voz ao famoso “faz de conta”, sem regras, e de forma genuína. 

No momento do “faz de conta” muitas coisas importantes ocorrem, esse mergulhar tão único proporcionado pela atividade lúdica que dá vazão ao verdadeiro imaginar, se organiza totalmente a partir de sua própria ação.

A criança precisa gostar do brinquedo, e enxergar as variadas possibilidades predominantes nele, e essa exploração precisa surgir a partir dela, que vai muito além da nossa própria mente de adulto.

O adulto só motiva nesse processo, o inventar cabe totalmente a criança.

Ensino e aprendizagem a partir do brinquedo na infância

Por fim, é possível compreender que brincar é de extrema importância no processo de aprendizagem para uma criança. 

Pois ele vai proporcionar às imaginárias situações que ocorrem nesse processo mágico de desenvolvimento cognitivo e facilita a interação com as pessoas, em que vai ser possível contribuir para o desenvolvimento do conhecimento.

Essas convicções, criadas a partir da prática do brincar, são extremamente pedagógicas. É um meio que vai além do desenvolvimento da criança, pois parte para perspectiva cultural.

Esse momento é um grande preparo para a realidade da vida, que vai para o campo físico e social mesmo. Além disso, toda a vida da criança surge a partir do brincar, por isso os pedagogos costumam fazer uso da brincadeira para a educação, afinal, é um definidor de personalidade, o que formaliza seu papel na construção de um conhecimento.

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TEA

Agitação psicomotora, estereotipias e convulsões no TEA: Por que acontecem?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por um tipo de transtorno causado pelo déficit no desenvolvimento do sistema nervoso. E, agora, muito tem se falado sobre a agitação psicomotora, estereotipais e convulsões no TEA.

Acredita-se que, atualmente, mais de 70 milhões de pessoas apresentam algum grau de autismo, de acordo com os dados da ONU.

Na maioria dos casos, o autismo é percebido através de alguns sinais já na infância, como regressão na linguagem, dificuldade na interação social e verbal, padrões repetitivos e desaceleração de movimento.

Agitação psicomotora, estereotipias e convulsões no TEA: Por que acontece?

As estereotipias no TEA são conhecidas pelos movimentos repetitivos que muitos autistas apresentam quando estão em situação de estímulos excessivos.

Elas costumam ocorrer quando o autista se sente sobrecarregado de informações, e os padrões repetitivos os ajudam a processar tudo o que está acontecendo e a se reorganizar psicologicamente.

Alguns estudos sugerem que as estereotipias costumam ser algo satisfatório para os autistas. Uma vez que, através delas, eles conseguem aliviar a ansiedade e se acalmar.

Por conta disso, as estereotipias costumam ser os primeiros sinais para que os pais busquem o auxílio de médicos e psicólogos

No entanto, apesar de algo benéfico no TEA, as estereotipias geram um estranhamento social. O que dificulta ainda mais o convívio do autista com outras pessoas

Essa situação pode ser ainda pior nos casos de crianças e adolescentes, que passam a ser alvo de bullying e piadas devido aos seus movimentos repetitivos.

Exemplos de estereotipias no TEA

No geral, os padrões repetitivos mais comuns no TEA são:

  • Girar em volta do próprio corpo repetidas vezes;
  • Estalar os dedos ou balançar as mãos (flapping);
  •  Pular na cama ou no sofá sem controle de força ou tempo;
  •  Mexer os dedos na frente dos olhos;
  • Bater os pés em algum objeto próximo ou no chão;
  • Balançar o corpo para trás e para frente.

E a convulsão no TEA? Qual a relação?

A convulsão no TEA tem sido uma questão da vez mais estudada, pois estima-se que mais de 25% dos autistas apresentam quadros de convulsões.

A relação entre eles ainda não é esclarecida pela ciência. Mas, o que se sabe é que a convulsão é caracterizada como uma comorbidade do autismo.

Sendo preciso um acompanhamento multidisciplinar para que haja investigações associadas à genética, processos inflamatórios e exames de neuroimagem a fim de identificar as possíveis causas.

Como lidar com as estereotipias no TEA?

Lidar com as estereotipias no TEA costuma ser um grande desafio, precisando de muito acolhimento, paciência e esforço da família.

Afinal, esses padrões repetitivos fazem parte das características do autismo, devendo ser compreendidos com racionalidade.

No entanto, um dos maiores problemas das estereotipias é que, durante os movimentos repetitivos, os autistas tendem a focar apenas em suas ações e não interagir com o ambiente externo.

Com isso, caso as estereotipias sejam excessivas, pode haver ainda mais dificuldade no convívio social e aprendizagem.

Portanto, uma das maneiras de lidar com a agitação psicomotora, estereotipias e convulsões no TEA é através da identificação dos gatilhos e de estratégias de estímulos de linguagem realizados pela equipe multidisciplinar.

Referências

BARROS, I. B. R.; FONTE, R. F. L. Estereotipias motoras e linguagem: aspectos multimodais da negação no autismo. RBLA, Belo Horizonte, v. 16, n. 4, p. 745-763, 2016.

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TEA

A importância da investigação genética sobre o Transtorno do Espectro Autista

Não faz muito tempo que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) era frequentemente mal compreendido e sujeito a preconceitos cotidianos. 

No entanto, atualmente, conta com métodos de diagnóstico mais avançados que possibilitam a detecção precoce e uma compreensão mais aprofundada das suas particularidades.

Sendo assim, aqui estão algumas das principais razões pelas quais a investigação genética é importante. Confira!

Principais motivos genéticos conhecidos de TEA

Variações no número de cópias (CNVs) são notadas em 10-30% dos pacientes com Transtorno do Espectro Autista. Elas referem-se a alterações no número de cópias de segmentos genômicos.

Assim, as CNVS englobam tanto as microdeleções quanto as microduplicações maiores do que 1kb (um mil pares de bases), e podem conter um ou mais genes.

Desse modo, por conta da relevância das CNVs como causadoras de TEA, exames de microarray, atualmente são apresentados em todos os protocolos de investigação.

Sendo assim, as modificações cromossômicas, como grandes deleções, duplicações e rearranjos equilibrados, são responsáveis por cerca de 3% dos casos de Transtorno do Espectro Autista. 

Por essa razão, o exame de cariótipo, que detecta essas alterações cromossômicas, está sendo substituído pelo microarray, que possui uma taxa de diagnóstico mais elevada.

Vale ressaltar que, em certos casos, a modificação em  apenas um gene pode ser suficiente para desencadear o TEA em uma pessoa, seguindo um padrão monogênico. 

Diante disso, engloba alterações no gene MECP2, que resultam na síndrome de Rett (ocorrendo em 4% dos casos de TEA em meninas).

Como também, a expansão do gene FMR1, causador da síndrome do X-frágil (presente em 1-5% dos casos de TEA), e mutações no gene PTEN, que são responsáveis por até 5% dos casos de TEA associados a macrocefalia.

Além disso, embora sejam menos comuns, modificações em genes associados a doenças metabólicas também podem resultar no tal transtorno.

Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista

De modo geral, ainda que não exista um marcador molecular ou bioquímico específico para o Transtorno do Espectro Autista, o diagnóstico é predominantemente clínico e baseado em observações comportamentais no consultório médico.

No entanto, compreender a etiologia do TEA por meio do diagnóstico genético oferece diversos benefícios tanto para o paciente quanto para sua família. 

Dessa forma, a realização de testes genéticos é uma ferramenta crucial para identificar a causa subjacente do TEA.

Além disso, pode ser recomendada com base em fatores individuais, como a presença de características clínicas específicas de síndromes (malformações faciais, deficiência intelectual, etc.) e histórico familiar de TEA ou condições psiquiátricas, entre outros.

Com isso, ao estabelecer um diagnóstico genético, é possível fornecer aconselhamento genético mais preciso para a família, ressaltando os riscos para outros membros (atuais e futuros) da família desenvolverem TEA.

Assim também, possibilita a identificação de possíveis sintomas associados. Abrindo portas para opções como a fertilização in vitro com seleção de embriões e contribui para evitar a realização de exames desnecessários, entre outros benefícios.

É importante lembrar que somente um médico pode avaliar os benefícios do exame genético para o paciente e definir qual exame é mais adequado. Por isso, converse com o médico que já faz seu acompanhamento!
Observação: Esse post tem caráter apenas educativo

Referências

COUTINHO, J. V. S. C.; BOSSO, R. M. V. AUTISMO E GENÉTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Revista Científica do ITAPAC, Araguaína, v. 8, n. 1, p. 1-14, 2015.

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TEA

Diagnóstico precoce de TEA e a importância de uma equipe terapêutica transdisciplinar

Ultimamente o diagnóstico Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), em crianças, é eficaz e rápido, decorrente dos últimos avanços da medicina, além de ter se construído um avanço social em que o TEA não é algo impossível de lidar, como era visto antigamente.

Atualmente tem alguns níveis que chegam até a ser confundidos com uma mera timidez, decorrente de uma simples introspecção.

Sinais de alerta

É papel dos pais e demais familiares se manterem atentos às suas crianças, e que possam observar certos sinais. No caso do TEA, o diagnóstico pode ser identificado por pequenos traços. 

Alguns aparecem já nos primeiros meses de vida, como a falta de sorrisos ao interagir com familiares ou de ter demasiadas expressões. 

Um sinal bastante aparente também é quando o bebê não olha diretamente os olhos dos pais, ou até mesmo não chora por falta de colo, aceitando permanecer sozinho no berço, por exemplo. Além de utilizar brinquedos de uma forma pouco convencional.

Já quando criança, eles costumam ter dificuldade para dormir, atraso de fala e preferem até apontar o que desejam do que falar, e baixo interesse em socializar com crianças da mesma faixa etária.

Como se pode ver são pequenas situações que fazem a diferença e que podem facilmente passar despercebidas. É preciso estar atento e dedicado ao desenvolvimento da sua criança, para que seja possível iniciar o tratamento o quanto antes.

O que é um tratamento transdisciplinar?

O tratamento que ocorre de forma transdisciplinar engloba áreas variadas da saúde, onde os profissionais que compõem a equipe terapêutica trabalham dialogando e com o mesmo fim em comum. Nesse caso, na hora de atender a criança, é mais que várias terapias, se trata de uma integração entre tratamentos.

Cada área considerada outra, no melhor dos sentidos, todos trabalham em conjunto para o melhor da criança, seja musicoterapia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia e até terapia ocupacional. É uma verdadeira reabilitação infantil.

As crianças que recebem o diagnóstico de transtorno do espectro autista, costumam ter como principal agravante um atraso global no seu desenvolvimento, que seriam certas dificuldades múltiplas, podendo ser de interação social, motora, de linguagem e até cognitiva.

Nesse sentido, o tratamento transdisciplinar é essencial, porque engloba vários setores que, em conjunto, possibilitam uma integração do tratamento, atendendo cada particularidade do distúrbio, tornando a contribuição de todas as partes mais eficiente.

É importante ter em mente durante o tratamento que cada criança possui a sua particularidade, e que cada limite é diferente. Portanto, evite que haja uma cobrança excessiva no que diz respeito ao andamento dos tratamentos, para não tornar esse momento agressivo para o desenvolvimento do seu pequeno.

Esse modelo de tratamento é comprovado cientificamente, apesar de novo, é bastante eficiente, e pode mudar a vida do seu filho.

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Integração Sensorial TEA

Como promover uma alimentação saudável em crianças com transtornos alimentares e autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição marcada pelo comprometimento das ações sociais e comportamentais, além de sintomas gastrointestinais, intolerâncias alimentares e deficiências nutricionais. Dessa forma, como inserir uma alimentação saudável na vida de crianças autistas?

Promovendo uma alimentação saudável em crianças com autismo

De modo geral, é de extrema importância levar em consideração o papel da nutrição na vida de crianças autistas e procurar orientações de profissionais capacitados ao tomar decisões sobre a dieta.

Vale ressaltar que, uma alimentação saudável para crianças com autismo, não corresponde a ser radical e evitar alimentos práticos que dão prazer, desde que esteja dentro de um plano alimentar planejado.

Sendo assim, uma alimentação saudável para crianças com ou sem autismo, engloba equilíbrio e diversidade de alimentos, considerando não apenas as questões nutricionais, mas também o prazer e praticidade na hora de comer.

Veja agora, algumas estratégias nutricionais para crianças com transtornos alimentares e autismo.

1 – Alimentação natural

De certa forma, a ingestão de refeições naturais vem sendo considerada como algo bem positivo quando o tema é prevenção e/ou tratamento de pessoas autistas.

Assim, as atuais pesquisas nutricionais sugerem se distanciar totalmente dos agentes que podem contribuir para o agravamento de alguns sintomas decorrentes do Transtorno do Espectro Autista, como por exemplo: 

  • aditivos alimentares;
  • pesticidas;
  • organismos geneticamente modificados; 
  • e grande consumo de açúcar.

2 – Dietas sem glúten e sem caseína

Basicamente, o não consumo de forma conjunta de glúten e caseína está sendo altamente recomendado pelos nutricionistas, como forma de tratamento nutricional em crianças autistas.

Isso porque, quando ocorre a digestão destes nutrientes, pode aumentar significativamente os comportamentos marcantes da síndrome do TEA. 

Assim, criando consequentemente estresse oxidativo e liberação de citocinas que colaboram para a inflamação do trato gastrointestinal, e então, diversos desconfortos nas crianças.

3 – Dieta cetogênica

A dieta cetogênica é concentrada em alimentos gordurosos, presente em proteínas e desprovida de carboidratos, originando-se no metabolismo da gordura como meio principal de combustível. 

Então, é comum que essa dieta seja capaz de modificar a composição microbiana intestinal, e com isso melhorar positivamente os sintomas neurológicos.

4 – Consumo de probióticos

Agora, uma concentração relativamente grande de estudos, retratam que a microbiota intestinal possui ação na melhora e o funcionamento saudável do sistema nervoso. 

Dessa forma, a requisição de probióticos está sendo cogitada como uma ferramenta poderosa para a criança autista, visto que, estes micro-organismos conversam com a microbiota intestinal.

E assim interferem na parede intestinal, elevando significativamente a disbiose, inflamação e até mesmo os problemas comportamentais relacionados ao autismo.

Conclusão

Em suma, existem diversos problemas que podem ser causados pela má alimentação. Geralmente, as crianças autistas costumam desenvolver transtornos alimentares como a neofobia alimentar (recusar alimentos que não conhecem).

Com isso, podem aparecer sérios problemas nutricionais com o passar dos anos. Então, uma alimentação saudável na vida da criança, desde o seu nascimento e durante os principais anos, é essencial para atestar o crescimento e o desenvolvimento do mesmo.

Vale lembrar, é importante que os pais procurem ajuda profissional, pois algumas crianças autistas não verbais, tendem a possuir dificuldade para demonstrar o que estão sentindo e isso pode trazer problemas no diagnóstico.

No Espaço Arima a sua criança pode receber uma avaliação diagnóstica e ter o melhor acompanhamento! Venha nos conhecer.

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