O TEA e os transtornos de aprendizagem são duas condições que costumam estar juntas em pessoas autistas, onde elas apresentam um padrão restrito de comportamentos e interesses.
Na maioria dos casos, os pacientes com autismo demonstram dificuldade de interação social e comunicação. O que torna o processo de aprendizagem mais complexo, especialmente nas escolas.
De acordo com o DSM-5, cerca de 70% dos autistas possuem uma comorbidade além do TEA, e 40% possuem duas ou mais.
Entre as maiores dificuldades de aprendizagem no TEA, destaca-se a interpretação de textos. Mesmo sem nenhuma comorbidade, muitos autistas apresentam dificuldade para compreender textos.
Como lidar com o TEA e os transtornos de aprendizagem?
É preciso um trabalho em conjunto entre os pais e a escola para ajudar no processo de aprendizagem de crianças autistas.
Neste caso, a escola deve desenvolver um programa pedagógico que faça adaptações especializadas para atender às características individuais e necessidades específicas da criança.
Além disso, a lei exige que haja um profissional dentro da escola para apoiar o aluno com TEA em todas as modalidades e níveis de ensino.
Como os pais podem ajudar?
É importante destacar que apoiar o autista no processo de aprendizagem não é um dever apenas das escolas. Uma vez que os pais também têm um papel relevante neste caminho, devendo participar das atividades, apoiar e estimular as crianças.
Além disso, é válido incluir tarefas em casa, como contar histórias, contagem de objetos, quebra-cabeças, massinha de modelar e dominó, para desenvolver as habilidades da criança, fortalecendo ainda mais o seu processo de aprendizagem.
Equipe transdisciplinar e o seu papel no TEA
A equipe transdisciplinar desempenha um papel de extrema importância para auxiliar no processo de aprendizagem de crianças com TEA.
Isso porque, a partir de terapias rotineiras, é possível oferecer um maior suporte ao autista, permitindo que ele rompa as barreiras do aprendizado com mais facilidade.
Vale ressaltar que cada criança autista é capaz de aprender, cada uma da sua maneira e com as suas habilidades. Mas, para isso, é preciso oferecer um suporte acolhedor, empático e individualizado.
Assim, é possível desenvolver a autonomia e independência no TEA, além de melhorar a inclusão e o convívio social.
Estratégias para lidar com o TEA e os transtornos de aprendizagem na escola
Trabalhar com crianças autistas na sala de aula pode ser um desafio, mas, com o apoio necessário, é possível ter resultados muito satisfatórios.
Para isso, algumas estratégias que as escolas podem utilizar para lidar com o TEA e os transtornos de aprendizagem são:
Determinar uma rotina
Crianças autistas costumam ficar ansiosas em lugares confusos, por isso, é válido determinar uma rotina estável e previsível. Neste caso, a escola pode criar um cronograma visual que facilite o entendimento dos próximos passos.
Integrar os interesses da criança
Utilizar os interesses da criança para abrir portas para o aprendizado é uma ótima opção. Por exemplo, se ela gosta de cachorros, pode-se utilizar imagens e palavras relacionadas a eles em tarefas de ortografias e desafios matemáticos.
Recompensar cada esforço
As recompensas podem ser simples, como elogios, adesivos, brinquedos, entre outros. Com isso, é possível manter a motivação da criança para o aprendizado.
Referências
GROSSI, M. G. R.; GROSSI, V. G. R.; GROSSI, B. H. R. O processo de ensino e aprendizagem dos alunos com TEA nas escolas regulares: uma revisão de teses e dissertações. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 12-40, jan./jun. 2020.