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Terapia Infantil

5 terapias importantes para o autista

Cinco terapias importantes para o Autista
Psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e pedagogia!

Tratamentos terapêuticos são essenciais para autistas, melhorando sua comunicação, integração com as pessoas, concentração e, acima de tudo, com a qualidade de vida.

Listamos aqui as 5 terapias mais importantes para o autista e como o Espaço Arima pode ajudar com cada uma delas.

1- Psicoterapia: tem como objetivo de estimular os comportamentos sociais, incentivar as habilidades acadêmicas, reforçar as atividades diárias. No Espaço Arima é feito por meio do Programa de Estimulação Global, no qual envolvemos diversas atividades, inclusive com o contato com a natureza, usados de maneira complementar da terapia;

2 – Fonoaudiologia: fundamental para o desenvolvimento da linguagem, com métodos a utilização de métodos que estimulem a comunicação. Nossos profissionais são especializados para utilizar diversos recursos que contribuem para o processo.

3 – Fisioterapia: essencial para desenvolverem e aprimorarem as funções básicas, como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e a se locomover de maneira geral. Por aqui, realizamos a Educação Física Adaptada, utilizando nosso mini ginásio esportivo e a piscina coberta. Cada criança faz 30 minutos de exercícios de solo e 30 minutos de exercícios dentro da água.

4 – Terapia Ocupacional: com um trabalho conjunto com o psicólogo, essa terapia busca trabalhar a independência e melhorar a qualidade de vida em casa e na escola do autista. Aqui isso é feito por meio do Programa de Estimulação Global e pela Integração Sensorial.

5 – Pedagogia: a educação é fundamental para na construção de sua cidadania e na formação de sua identidade. É feita uma adequação das metodologias para atender às necessidades da criança autista e tenha-se melhor aproveitamento do aprendizado.

Para que cada terapia tenha seu efeito é muito importante a participação da família em todo o processo.

Venha conhecer o Espaço Arima, por aqui seu filho tem um Plano Terapêutico Individual (PTI), o qual listamos as habilidades de cada área do desenvolvimento dele, para um trabalho a curto prazo e à medida que as metas são alcançadas, novas serão estabelecidas para dar continuidade ao tratamento.

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ABA Cursos Estimulação Global Terapia Infantil

Curso Online – Princípios Básicos da Analise do Comportamento Aplicada (ABA)

Curso Princípios do ABA

A partir do dia 06 de Março, o Espaço Arima vai ministrar um curso online voltado para estudantes da área de saúde infantil, que estejam buscando estágios em lugares que trabalhem com crianças e cuidadores usando a metodologia Applied Behavior Analysis – ABA. No total, serão 20 horas de curso divididas em 9 módulos. Para conquista do certificado, os alunos terão que alcançar um mínimo de 80% de pontuação em pós-teste e 80% de presença nas aulas. O valor será de R$80,00 à vista ou R$88,00 no cartão pelo Sympla.

O que é ABA:

A terapia ABA envolve o ensino individualizado das habilidades necessárias para que a criança possa aprender novos repertórios que promovam sua independência e qualidade de vida. O ABA atualmente é o único tratamento terapêutico que possui evidência científica suficiente para ser considerado eficaz na intervenção de crianças e adolescentes neurótipicos e com atraso no desenvolvimento. É amplamente utilizado no mundo inteiro em hospitais, clínicas ou consultórios de psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e/ou outros profissionais cuidadores que trabalham com população neurodiversa.

Módulos e Cronograma do Curso:

1 – Desenvolvimento normal e principais patologias que cursam com alterações do comportamento e desenvolvimento atendidas no Espaço ARIMA – Sábado, 06 de Março – das 15h as 18h.
2 – Princípios Básicos da Análise do Comportamento – Quinta-feira, 11 de Março – 19h45 às 21h45
3 – Estratégias de Ensino na intervenção comportamental – Sábado, 13 de Março – 16h as 18h.
4 – Identificação de Reforçadores – Quinta-feira, 18 de Março – 19h45 às 21h45.
5 – Treino de Registro – Sábado, 20 de Março – 16h às 18h.
6 – Intervenção em crise – Quinta-feira, 25 de Março – 19h45 às 21h45.
7 – Divisão das funções na intervenção analítico-comportamental. Ética em Análise do Comportamento Comunicação Assertiva – Sábado, 27 de Março – 16h as 18h.
8 – Normas e administração do espaço de atendimento – Quinta-feira, 01 de Abril – – 19h45 às 21h45.
9 – Normas administrativas e Programas do Arima Sábado, 03 de Abril – 16h às 18h.

Carga horária total: 20 horas

Metodologia do Curso:

O curso consistirá em aulas expositivas (LIVES) – interativas, através de plataforma online Sympla Streaming (Zoom), com um formulário inicial e um teste final.

As condições para recebimento da CERTIFICAÇÃO ao fim do curso serão:

  • Pontuação acima de 8,00 no pós-teste;
  • Frequência completa em pelo menos 7 dos 9 módulos.

INVESTIMENTO: R$ 80 à vista (transferência bancária ou PIX) ou R$ 88 no cartão pelo Sympla.

Inscreva-se pagando pelo Sympla clicando aqui.

Inscreva-se pagando através de transferência bancária ou Pix através do nosso whatsapp (91) 99391-3592

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Diagnóstico Precoce

Primeiros passos para o diagnóstico do autismo

O autismo não tem aparência, forma física ou sinais na pele. Não é possível detectá-lo em um raio-x, exame de sangue ou tomografia computadorizada, pois são apenas exames complementares.

Portanto, os primeiros passos para o diagnóstico de autismo e identificação das características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em um indivíduo são feitos através da observação.

Ou seja, somente por meio da análise comportamental é possível suspeitar de sua condição e dar início ao diagnóstico de autismo de maneira adequada.

As crianças, por exemplo, podem apresentar sintomas de autismo desde os primeiros meses de vida ou ter desenvolvimento dentro dos padrões normais até os dois anos e depois uma regressão.

Por isso, no post de hoje, vamos apresentar as características do autismo, como funciona o diagnóstico e como iniciar o tratamento. Continue a leitura para saber mais!

Características do autismo

O TEA tem como principais características a dificuldade de comunicação e interação social, que às vezes parece uma surdez seletiva. Além de fazer movimentos corporais repetitivos e demonstrar bastante apego a um determinado objeto.

A intensidade dos sintomas de autismo varia de acordo com a classificação do autismo, que pode ser leve (nível 1), moderado (nível 2) ou grave (nível 3).

De modo geral, as características do autismo podem ser notadas logo nos primeiros meses de vida e acompanhar o indivíduo pela infância, adolescência e vida adulta, sendo divididas em dois principais aspectos:

  1. Comunicação e interação;
  2. Interesses e comportamentos repetitivos (ou restritos).

Comunicação e interação

  • Não mantém contato visual por muito tempo;
  • Não responde quando é chamado pelo próprio nome;
  • Dificuldade em expressões faciais e sentimentais;
  • Faz poucos gestos mesmo aos 12 meses de idade;
  • Não aponta ou mostra os objetos mesmo aos 18 meses de idade;
  • Mesmo aos 3 anos de idade, possui dificuldade em brincar com outras crianças e até interagir através de contato visual e na fala;
  • Atraso na aprendizagem da linguagem e interação social.

Interesses e comportamentos repetitivos (ou restritos)

  • Repete as mesmas frases ou palavras várias vezes;
  • Foca apenas em partes específicas de um objeto, por exemplo, a rodinha de um carrinho;
  • Fica facilmente chateado com mudanças pequenas, seja de rotina ou ambiente;
  • Manifesta interesse de maneira obsessiva e exagerada em assuntos ou coisas que gosta;
  • Se sente melhor – e precisa – de rotinas específicas, como horário para se alimentar, dentre outras ações que envolvem tarefas do dia a dia;
  • Possui sensibilidade a alguns cheiros, sons, gostos ou texturas e reage de forma irritada a eles.

Como fazer o diagnóstico de autismo de forma adequada

O pediatra generalista, por ser o primeiro médico da vida da criança, pode levantar a suspeita do TEA, mas somente um especialista em atraso de desenvolvimento é capaz de chegar ao diagnóstico de autismo corretamente.

Para isso, ele irá fazer uma série de avaliações para verificar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança, além de utilizar as escalas de triagem.

Também contribuem para o diagnóstico de autismo a entrevista com os pais, principalmente para saber se há histórico familiar de TEA, e relatório de avaliação dos professores, caso a criança esteja na idade escolar.

Mas independente do diagnóstico ou do grau, é preciso entender que as crianças com autismo precisam de atenção e carinho, como qualquer outra. Elas apenas possuem um jeito único e diferente de ver o mundo.

Diagnóstico de autismo em crianças

De modo geral, não existem fatores biológicos específicos e determinantes em exames clínicos que façam o diagnóstico de autismo em crianças (até mesmo em adultos e adolescentes).

Como dito acima, para crianças, além da análise do histórico de desenvolvimento natural de cada faixa etária e de comportamentos, as entrevistas com os pais, professores e cuidadores são fundamentais para o diagnóstico de autismo correto e precoce.

Por ser um transtorno complexo, é necessária uma equipe profissional especializada para fornecer o diagnóstico de autismo em crianças, como por exemplo, psicólogos, neurologistas, terapeutas ocupacionais e pediatras.

Além da análise comportamental, alguns exames podem ser solicitados para completar a avaliação da saúde da criança, como:

  • Exames de sangue e audição;
  • EEG – Eletroencefalograma;
  • Ressonância magnética;
  • Teste do pezinho;
  • Dentre outros.

Esses exames e testes são feitos para descartar outras doenças e investigar os transtornos associados aos sintomas de autismo.

Como iniciar o tratamento para autismo

A melhor forma de iniciar o tratamento para autismo é buscar ajuda profissional adequada e especializada, e entender que não existe um modelo padrão de cuidados.

Isso porque, cada indivíduo necessita de um acompanhamento voltado para o seu diagnóstico de autismo e sintomas, com uma equipe de profissionais de diversas áreas:

  • Psicólogos;
  • Terapeutas ocupacionais;
  • Fonoaudiólogos.

Além disso, o tratamento para autismo pode envolver várias ações e etapas, por exemplo, alguns casos precisam de medicamentos, terapia ocupacional, atividade física adaptada, entre outros.

Vale lembrar que, quanto antes procurar ajuda profissional para realizar o diagnóstico de autismo, maiores as chances de minimizar os sintomas de TEA e proporcionar uma qualidade de vida melhor para o indivíduo. Por isso, acesse nossa página de avaliação e diagnóstico com profissionais especializados e tire todas as suas dúvida

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Atrasos Integração Sensorial TEA

 Integração sensorial: o que é, como é a sala e quais as vantagens

Afinal, você sabe o que é integração sensorial? As sensações do corpo estão presentes desde a gravidez. 

Os sistemas sensoriais e o movimento (integração sensorial) são processos importantes do neurodesenvolvimento, sendo a infância uma fase extremamente importante para aquisição e desenvolvimento de funções e habilidades cruciais para interação com o mundo.

Liddle e Yorque (2007) explicam que a interação adequada entre os sistemas sensoriais faz o ambiente ser interpretado de forma apropriada e a criança conseguir coordenar as informações de forma organizada. 

Isto a faz agir de maneira competente e autoconfiante no seu meio, sendo capaz de desempenhar uma série de jogos corporais, facilitando sua socialização. 

E, à medida que cresce, a integração desses sistemas sensoriais se torna mais eficiente, permitindo, por exemplo, que uma criança se concentre e consiga terminar uma atividade sem se distrair com barulhos externos.

Nesse contexto, a forma como a criança se expressa, executa uma ação, aprende a solucionar problemas, interage com seu meio e com as pessoas, de modo geral, pode definir como ela vai aprender e se desenvolver. 

Baseado nos princípios teóricos de evidências da neurociência, a Dra. Jean Ayres identificou que o comportamento e as emoções são regulados por mecanismos cerebrais” (ROLEY e JACOBS, 2011, p. 805).

Ao continuar a leitura, você entenderá o que é integração sensorial, como funciona a sala de tratamento e quais as vantagens. Vamos lá? 

Como surgiu a integração sensorial?

Segundo a ABIS (Associação Brasileira de Integração Sensorial), a integração sensorial, conforme conceituada pela Dra. Jean Ayres, é um processo neurológico que organiza as sensações do corpo e do ambiente, permitindo uma interação eficiente com o mundo ao redor. 

Ayres, uma terapeuta ocupacional e psicóloga, começou a desenvolver essa teoria na década de 1950, após observar crianças com dificuldades de aprendizagem e comportamento que não se encaixavam nos diagnósticos existentes na época. 

Ela propôs que essas dificuldades poderiam ser resultado de uma disfunção na maneira como o cérebro processa as informações sensoriais.

Durante sua pesquisa, Ayres identificou que o cérebro deve organizar as sensações de vários sistemas sensoriais, incluindo: tato, visão, audição, propriocepção e o sistema vestibular (relacionado ao equilíbrio e à orientação espacial).

Ayres recebeu seu bacharel em terapia ocupacional em 1945, seu mestrado em 1954 e seu PhD em psicologia educacional em 1961, todos pela University of Southern California. 

Após sua formação, começou a trabalhar no Instituto de Pesquisa do Cérebro da UCLA, onde seu interesse e estudo da disfunção de Integração Sensorial começaram. 

Em 1976, Ayres fundou a Clínica Ayres em Torrance, Califórnia, dedicada ao tratamento de crianças com disfunções de integração sensorial. 

Seu legado continua a influenciar a prática terapêutica ocupacional e a pesquisa em neurociência. 

Após seu falecimento em 1988, muitos terapeutas ocupacionais e cientistas de diversas partes do mundo continuaram a desenvolver pesquisas relacionadas ao processamento das sensações pelo cérebro e a aprimorar o modelo teórico de Ayres.

O que é integração sensorial?

A integração sensorial é hoje reconhecida como um processo neurobiológico fundamental que promove a capacidade de processar, organizar e interpretar sensações, respondendo de maneira apropriada ao ambiente. 

Isso permite que os sentidos forneçam informações sobre as condições físicas do corpo e do ambiente.

Com isso, a criança pode experimentar o corpo nas ações e atividades do dia-a-dia. 

Em contraste, a Disfunção de Integração Sensorial é uma desordem na qual a informação sensorial não é integrada ou organizada adequadamente no cérebro, levando a dificuldades na percepção, interpretação e resposta aos estímulos sensoriais.

O método foca nas sensações corporais promovidas pelos sistemas vestibular, proprioceptivo e tátil, por estes possuírem propriedades maturacionais, proporcionarem informações diferenciadas e influenciarem na interpretação de informações de outros sistemas.

Portanto, a integração sensorial é um método voltado para a influência fundamental do processamento sensorial no desenvolvimento e na função humana, pois explica a conexão do sistema nervoso com o comportamento e como a sensibilidade afeta o aprendizado, o desenvolvimento socioemocional e os processos neurofisiológicos, como o desempenho motor e a atenção (ROLEY e JACOBS, 2011).

No Brasil, somente o Terapeuta Ocupacional pode realizar a formação completa e obter a Certificação Internacional de Integração Sensorial. 

A medida de fidelidade orienta a aplicação dos princípios da Integração Sensorial na prática terapêutica ocupacional e a realização de pesquisas, garantindo que a intervenção seja realizada de acordo com os padrões estabelecidos por Ayres. 

Este processo é essencial para entender o corpo, o ambiente e todos os estímulos exteriores, criando uma reação de aprendizado de acordo com cada um deles.

Como é feito o tratamento de integração sensorial

O tratamento de integração sensorial (IS) é amplamente utilizado no cuidado de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois as alterações sensoriais são parte dos critérios diagnósticos do DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).

Outras condições diagnósticas associadas a padrões de modulação sensorial incluem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, X frágil, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Distúrbios de Modulação e Dispraxia.

No entanto, o tratamento de IS também pode ser aplicado a indivíduos sem diagnóstico formal, mas que apresentam características indicativas de desordens sensoriais e comportamentais, como atraso no desenvolvimento em adultos e dificuldades de aprendizagem.

O tratamento de IS é conduzido por Terapeutas Ocupacionais qualificados, que recebem formação específica em integração sensorial. Esses profissionais utilizam a IS como um protocolo valioso para avaliar e tratar indivíduos que apresentam disfunção ou problemas no processamento sensorial.

Durante a terapia, o terapeuta ocupacional realiza atividades sensoriais planejadas que podem incluir o uso de diferentes texturas, sons e movimentos, adaptando-as às necessidades individuais de cada paciente. 

Isso pode melhorar habilidades como coordenação motora, equilíbrio, alimentação, fala e atenção. 

Além disso, especialistas como psicomotricistas também podem estar envolvidos no tratamento, trabalhando aspectos como saúde, educação e cultura do paciente.

Vale ressaltar que a integração sensorial não se restringe apenas ao público infantil, sendo também aplicada em adultos.

Sala de Integração Sensorial do Arima

A Sala de Integração Sensorial do Arima é mais do que um simples espaço terapêutico; é um ambiente dedicado ao cuidado especializado em integração sensorial. 

Concebida com esmero, nossa sala oferece um ambiente clínico construído para proporcionar uma experiência terapêutica acolhedora e eficaz para nossos pacientes.

Equipada com uma variedade de instrumentos de medição das funções sensoriais integrativas, como o Perfil Sensorial, nossa sala possibilita uma avaliação completa e abrangente das necessidades individuais de cada paciente.

Essa abordagem personalizada é fundamental para garantir que cada pessoa receba o tratamento mais adequado às suas necessidades específicas.

Nossas estratégias de tratamento são desenvolvidas e implementadas por terapeutas ocupacionais altamente qualificados e certificados em integração sensorial. 

Com uma combinação de conhecimento especializado e dedicação, nossos profissionais empregam técnicas terapêuticas comprovadas para promover a regulação sensorial, aprimorar as habilidades de processamento sensorial e melhorar o desempenho funcional de nossos pacientes.

Na Sala de Integração Sensorial do Arima, a excelência no atendimento é nossa prioridade. 

Nosso compromisso é oferecer não apenas tratamento, mas também suporte e compreensão em cada passo do caminho. 

Junte-se a nós e descubra como podemos ajudá-lo a alcançar seu potencial máximo e desfrutar de uma melhor qualidade de vida.

Como se apresenta a disfunção sensorial

A disfunção sensorial apresenta-se da seguinte forma: 

Modulações que são problemas de reatividade sensorial que afetam o alerta (grau de excitabilidade) com impacto no aspecto emocional; 

Problemas de discriminação sensorial que são dificuldades de interpretar a informação sensorial de forma eficaz;

Perturbações motoras de base sensorial que inclui dois subtipos: problemas posturais e dispraxias, que podem impactar sobre as estratégias de regulação afetando as funções práticas e habilidades motoras.

Dentre as queixas sensoriais que os pais trazem na avaliação em integração sensorial de sua filha(o), estão:

  • ser desajeitada e quebrar brinquedos;
  • buscar atividades que envolvam pular, empurrar, puxar, morder, mastigar coisas;
  • gostas de explorar através do toque, levar objetos à boca;
  • ter dificuldades com tarefas que exijam manipulação;
  • dificuldade com tarefas de coordenação motora grossa e fina;
  • dificuldade na escrita e leitura;
  • não gostar de mudança de temperatura como entrar e sair do banho, ficar descalço, pentear ou cortar os cabelos, assim como, cortar as unhas e escovar os dentes;
  • ter uma tendência a andar nas pontas dos pés;
  • ter medo de movimento, ficar enjoada ao andar de carro;
  • evitar tirar os pés do chão, buscando por grandes quantidades de movimentos;
  • dificuldades com atividades de coordenação motora bilateral;
  • ter atraso no desenvolvimento como os marcos para a fala e linguagem.

Por isso, a intervenção acontece com base na medida de fidelidade que orienta a aplicação dos princípios da IS na prática terapêutica ocupacional e a realização de pesquisas, de modo que o uso dos princípios deve ser fiel às questões específicas do método. A fidelidade articula estratégias e processos próprios relacionados à fundamentação teórica e as evidências existentes (ROLEY e JACOBS, 2011).

As sensações fazem parte de tudo que fazemos no dia-a-dia, para as criança as atividades diárias são organizadoras e preditoras de situações ambientais enriquecedoras, porém, quando uma criança apresenta uma disfunção sensorial, seu desempenho ocupacional sofre impacto significativo limitando sua capacidade funcional e social e, assim, repercutindo na aprendizagem de habilidades novas e a autorregulação comportamental e cognitiva (emocional), ou seja, não conseguem responder as informações sensoriais de forma adaptativa às exigências do meio.

Trabalhar com neurodesenvolvimento infantil requer conhecimento amplo e especializado, atuar com o método da integração sensorial requer cada vez mais mergulhar a fundo nas complexas funções cerebrais e suas conexões, entendendo o impacto desse funcionamento na vida humana e o que se pode fazer para ajudar na obtenção de uma vida independente e com autonomia.

Benefícios da integração sensorial

A integração sensorial possui o objetivo de ajudar as crianças a desenvolverem habilidades de organização, interpretação de sensações e responder de maneira adequada aos estímulos através do ambiente e do corpo, melhorando as tarefas do dia a dia e sua qualidade de vida.

E como falamos acima, a integração sensorial é destinada – principalmente – às crianças que possuem disfunções sensoriais e comportamentais, como os indivíduos com diagnóstico de autismo, incluindo o autismo de nível 1, TDAH e distúrbios neurológicos (paralisia cerebral, DNPM, dentre outros).

Ou seja, a criança que possui dificuldade de interação com as reações do mundo externo como cheiros, sons, toques, estímulos de visão e paladar, devem ter acompanhamento para uma avaliação e diagnóstico corretos de um terapeuta ocupacional especializado e desfrutar dos benefícios da integração sensorial, que são:

Ajudar a criança a melhorar a forma de explorar o ambiente ao redor de forma agradável e natural;

  • Organização da conduta;
  • Aumento da habilidade de se manter interessado em algo por mais tempo;
  • Promove a melhora das habilidades motoras;
  • Aumenta a confiança e autoestima da criança em suas habilidades próprias, gerando sensação de orgulho por si mesmo;
  • Melhora as interações sociais e de ambiente, fazendo com que a criança se sinta inserida e acolhida nos contextos reais.

Além da sala de integração sensorial, existem outros tratamentos importantes para a saúde e bem estar de crianças, como o Programa de Estimulação Global

Para conhecer mais sobre integração sensorial e saúde da criança e do adolescente, entre em contato com a equipe do Espaço Arima através do canal de atendimento, estamos prontos para tirar todas as suas dúvidas!

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ABA Atrasos AVD Diagnóstico Precoce Estimulação Global TEA

Dra. Amira explica: Transtorno do Espectro Autista

Aquaterapia para autistas - autismoDesde as descrições iniciais, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido um dos distúrbios do desenvolvimento humano que mais vem sendo estudado pela ciência, mas sobre o qual ainda permanecem divergências e grandes questões ainda indecifráveis. Não é uma doença única, mas sim um distúrbio do neurodesenvolvimento complexo, tendo no ponto de vista comportamental e nas suas etiologias múltiplas, os seus graus variados de severidade.

Atualmente, de acordo com a quinta edição do Manual  Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da American  Psychiatric Association (DSM 5),  foi reconceitualizado como um “espectro” cujas características essenciais são: prejuízos persistentes na comunicação social recíproca, nos comportamentos comunicativos não verbais utilizados para a interação social e no desenvolvimento, manejo e compreensão de relacionamentos, bem como padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades.

Quanto a prevalência do espectro autista, os estudos variam muito de acordo com os critérios de diagnóstico aplicados e o local do estudo. Nos Estados Unidos, o último estudo do CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças, publicado em 2018 e referente a 2016 , revelam que aos 8 anos de idade uma em cada 54 crianças é autista, sendo 4 vezes mais comuns em meninos do que em meninas.

No Brasil a prevalência do transtorno autista ainda carece de dados fidedignos. Existem estudos pontuais, envolvendo áreas específicas. Os pesquisadores da Universidade Mackenzie e da Unifesp avaliaram um bairro da cidade de Atibaia (com uma população de 20.000 pessoas) e encontraram uma frequência de 0,3% de portadores de TEA. Carecemos de mais pesquisa nesta área para dimensionarmos a nossa real prevalência do autismo e assim podermos dimensionar melhor nossas necessidades de serviços e profissionais capacitados para atendimento desta fatia da nossa população.

A etiologia do autismo ainda não é devidamente esclarecida, embora se saiba que envolva fatores genéticos, biológicos, imunológicos e ambientais. A influência de fatores genéticos é consenso na área. Podem ser estimadas altas taxas de concordância entre gêmeos monozigóticos (65 a 95%) quando comparadas às de gêmeos dizigóticos (3 a 8%). A taxa de concordância para irmãos (2,8 a 7%) também é significativamente mais alta que a da população em geral. Ainda que a pesquisa genética atual tenha identificado vários alelos suscetíveis ao desenvolvimento de comportamentos ligados ao espectro autista, os dados ainda são insuficientes para predizer a severidade do fenótipo e a forma como esses genes interagem com os fatores ambientais.

Entre os fatores de risco ambientais envolvidos no desenvolvimento de comportamentos ligados ao autismo estão toxinas (poluentes, pesticidas etc), viroses,  fatores intra-uterinos, como exposição a elevados níveis de hormônios sexuais em tratamentos de infertilidade, uso do anti-convulsivante ácido valproico na gestação. Fatores perinatais como baixo escore no Apgar (< 7) aos 5 minutos, baixo peso (< 2,5 Kg), idade gestacional abaixo de 35 semanas e idade dos pais (> 30 e 35 anos para mãe e pai, respectivamente) também estão significativamente associados ao risco de autismo.

De acordo com estas possíveis etiologias, na prática clínica, recomenda-se inicialmente a distinção entre os subtipos idiopáticos e secundários de TEA. Aproximadamente 10% dos casos de TEA são secundários, ou seja, podem ser atribuídos a alguma anomalia cromossômica, transtorno genético, infecção ou condição neurológica grave. Os casos de TEA idiopáticos, correspondendo aos 90% restantes, apresentam etiologia multifatorial, ou seja, teoricamente são influenciados por uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais de risco.

As manifestações clínica que definem o autismo, em algumas crianças é possível percebe-las no primeiro ano de vida. Entretanto na maioria das vezes só é possível esta percepção entre o segundo e terceiro ano. As dificuldades na interação social podem manifestar-se como isolamento ou comportamento social impróprio; pobre contato visual; dificuldade em participar de atividades em grupo; indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto; falta de empatia social ou emocional. À medida que esses indivíduos entram na idade adulta, há, em geral, uma melhora do isolamento social, mas a pobre habilidade social e a dificuldade em estabelecer amizades persistem. Normalmente estes sintomas não são percebidos pelos pais, porém quando estas crianças entram para escola ou creches as professoras logo percebem que preferem brincar sozinhos, não interagem com os coleguinhas. As dificuldades na comunicação são os sinais clínicos mais precocemente percebido pelos pais. É muito comum a queixa para os profissionais na área da saúde de que “Meu filho não fala e não atende quando o chamo. Será que é surdo?”. Estes sintomas ocorrem em graus variados, tanto na habilidade verbal quanto na não-verbal de compartilhar informações com outros. Algumas crianças não desenvolvem habilidades de comunicação. Outras têm uma linguagem imatura, caracterizada por jargão, ecolalia, reversões de pronome, prosódia anormal, entonação monótona, etc. Os que têm capacidade expressiva adequada podem ter inabilidade em iniciar ou manter uma conversação apropriada. Os déficits de linguagem e de comunicação persistem na vida adulta, e uma parcela dos autistas permanecem não-verbais. Aqueles que adquirem habilidades verbais podem demonstrar déficits persistentes em estabelecer conversação, tais como falta de reciprocidade, dificuldades em compreender sutilezas de linguagem, piadas ou sarcasmo, bem como problemas para interpretar linguagem corporal e expressões faciais.

Os padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades característicos do autismo incluem resistência a mudanças, insistência em determinadas rotinas, apego excessivo a objetos e fascínio com o movimento de peças (tais como rodas ou hélices). Embora algumas crianças pareçam brincar, elas se preocupam mais em alinhar ou manusear os brinquedos do que em usá-los para sua finalidade simbólica. Estereotipias motoras e verbais, tais como se balançar, bater palmas repetitivamente, balançar as mãos, andar em círculos ou repetir determinadas palavras, frases ou canções são também manifestações freqüentes em autistas.

A literatura a cerca do diagnóstico do autismo sugere que quanto mais precoce for a intervenção adequada em crianças autistas, maiores são os ganhos destas crianças, podendo se minimizar os déficits, facilitando a integração destas pessoas na sociedade e reduzindo a dependência extrema  aos seus cuidadores. Estes resultados destacam a necessidade de realizar avaliações amplas das deficiências no desenvolvimento nos primeiros anos de vida. Muitas vezes não dá para esperar a conclusão final do diagnóstico para iniciar as intervenções terapêuticas necessárias. Tão logo se perceba que a criança apresente alguns dos sinais  de alerta, deve-se procurar imediatamente um profissional com experiência com os transtornos do desenvolvimento, para orientar os caminhos que devem ser seguidos. Não se deve esperar para ver se vai melhorar com o passar do tempo.

O diagnóstico do autismo é clínico. Não existem exames que possam dizer que uma criança tenha autismo. O diagnóstico é feito pelo médico, entretanto em casos limítrofes a ajuda do olhar de outros profissionais com experiência na área, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais com experiência em avaliação dos transtornos sensoriais, podem ajudar muito a concluir este diagnóstico. Muitas vezes é necessário observação da criança em vários ambientes e contextos, além do consultório médico. Para crianças que já frequentam creches ou escolas, relatos sobre seu comportamento e interação com os colegas e professores no ambiente escolar, também se fazem necessário.

Como protocolo para conclusão diagnóstica o médico deve utilizar os critérios do DSM 5. Concomitante ao diagnóstico clínico, deve ser feito o diagnóstico funcional do paciente com autismo. Para tanto deve torna-se necessária uma  avaliação ampla, mas mantendo o foco nas esferas afetadas pelo TEA, para que haja um direcionamento adequado na formulação do plano terapêutico para aquele paciente. A avaliação deve ser ampla, mas mantendo o foco nas esferas afetadas pelo TEA, com foco em detectar dificuldades e áreas de habilidades.

Feito o diagnóstico clínico e funcional do paciente, a intervenção deve ser iniciada o quanto antes, se possível logo nos primeiros meses de vida, mesmo que ainda pairem dúvidas no diagnóstico clínico. Tais condutas têm como objetivo promover melhor qualidade de vida, autonomia, independência e inserção social, escolar e laboral do paciente, cabendo a equipe de terapeutas identificar qual o melhor  recurso ou abordagem terapêutica que o auxiliará nesse processo. Devem ser feitas reavaliações periódicas para a adequação da terapêutica às novas necessidades da criança.

Não existe uma abordagem única para todas as crianças com autismo e durante todo o seu tratamento. Um tipo específico de intervenção pode funcionar bem por certo período (p.ex., nos anos anteriores à escolarização) e não funcionar tão bem nos anos subseqüentes (p.ex., adolescência). A eficácia do tratamento depende da experiência e do conhecimento dos profissionais sobre o autismo e, principalmente, de sua habilidade de trabalhar em equipe e com a família. É importante estabelecer os objetivos terapêuticos para guiar o trabalho da equipe multiprofissional e contribuir para um trabalho conjunto e equânime.

Existem diversos métodos de abordagem terapêutica para tratamento do autismo. A literatura mostra melhores evidências científicas com o uso do ABA (Applied Behavior Analysis) a Análise Aplicada do Comportamento. A Integração Sensorial também é muito importante no tratamento dos autistas com transtornos na sua sensibilidade. Trabalha com técnicas específicas na melhora do input sensorial, seja por problemas na modulação sensorial (defensividade tátil e auditiva, inquietação motora, insegurança gravitacional, intolerância e movimento), seja na coordenação (integração bilateral, sequenciamento e dispraxias, dificuldade de planejamento motor) .

Não existe medicações para  os sintomas centrais do autismo e não há remédios que melhorem a interação social e a capacidade comunicativa.  Os medicamentos existentes no mercado são para os sintomas como ansiedade, hiperatividade, agressividade, automutilação  e comportamento obsessivosO que é TEA? que o paciente apresente, não constituindo a principal medida de tratamento.

O envolvimento da escola e família também é fundamental no tratamento dos autistas, pois as atividades do cotidiano requerem frequência e realização diárias. Quanto mais oportunidades para praticar, em seu ambiente natural, a criança tiver, maiores as chances de uma vida independente.

Enfim, o sucesso do tratamento da criança com autismo depende muito do diagnóstico precoce, da eficácia das técnicas terapêuticas utilizadas, da assiduidade e intensidade nas horas de terapia e na integração entre os terapeutas, escola e família do paciente no desenvolvimento do plano terapêutico do mesmo.

Conheça as formas de avaliação para diagnóstico e tratamento que o Arima oferece aqui.

  1. BIBLIOGRAFIA
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais.5 ed. Porto Alegre:Artmed, 2014. 992p.
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Amira Consuêlo de Melo Figueiras, médica pediatra, doutora em ciências pelo Programa de Pediatria e Ciências Aplicada a Pediatria da Universidade Federal de São Paulo, diretora clínica do Espaço ARIMA.

 

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Coordenação motora fina: o que é e como estimular

De modo geral, as habilidades motoras finas e grossas são responsáveis pelas ações de controlar nossos corpos. 

No caso da coordenação motora fina, estão envolvidos nossos pequenos músculos, como os da mão, dedos, palmas, boca e olhos, dentre outros, que afetam nossos movimentos específicos de escrever, abrir uma porta, segurar um objeto, etc.

Mas, você sabia que a dificuldade é muito maior em crianças e jovens com diagnóstico de autismo e TDAH? E isso pode e deve ser trabalhado para incentivá-los. 

Então, acompanhe nosso artigo de hoje e saiba o que é coordenação motora fina, como estimular e por quê, além de atividades que podem ajudar. Vamos lá?

Entendendo o que é coordenação motora fina

A coordenação motora fina é uma importante parte do desenvolvimento humano, envolvendo uma complexa rede de habilidades e processos neurológicos e psicológicos. 

No nível neurológico, a coordenação motora fina está ligada ao desenvolvimento e à maturação de áreas específicas do cérebro, como o córtex motor, que é responsável pela iniciação e coordenação dos movimentos precisos das mãos e dedos. 

A integração sensorial, que é o processo pelo qual o cérebro interpreta e coordena as informações sensoriais provenientes do próprio corpo e do ambiente, também é essencial para a coordenação motora fina. 

Isso inclui a propriocepção, que é a percepção do movimento e da posição do corpo, e a sensação tátil, que é a capacidade de sentir e responder ao toque.

Do ponto de vista psicológico, a coordenação motora fina está associada ao desenvolvimento cognitivo e emocional. 

Habilidades motoras finas bem desenvolvidas podem contribuir para a autoestima e a autoconfiança, pois permitem que a criança explore e interaja com o mundo de maneira mais eficaz.

 Além disso, a capacidade de realizar tarefas que requerem precisão manual, como escrever ou desenhar, está ligada ao desenvolvimento da linguagem e da expressão criativa. 

Transtornos do desenvolvimento da coordenação, como o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), ressaltam a importância de entender e apoiar o desenvolvimento da coordenação motora fina. 

O TDC é caracterizado por dificuldades nas habilidades motoras que não são atribuíveis a deficiências intelectuais, sensoriais primárias ou neurológicas. 

Crianças com TDC podem enfrentar desafios significativos em suas vidas diárias, acadêmicas e sociais, incluindo baixo rendimento escolar e isolamento social. 

Portanto, é vital que pais e educadores estejam cientes dessas dificuldades e implementem estratégias diferenciadas para apoiar o desenvolvimento motor dessas crianças.

Coordenação motora fina em crianças com TEA e TDAH

A dificuldade na coordenação motora fina é maior em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 

Estudos mostram que até 60% das crianças com TEA e TDAH podem apresentar desafios nessa área, o que pode impactar significativamente suas habilidades diárias e seu desenvolvimento global.

As dificuldades na coordenação motora fina em crianças com TEA e TDAH podem se manifestar de várias maneiras e podem estar relacionadas a outros desafios de desenvolvimento, como:

  • Interação social
  • Processamento sensorial
  • Dificuldades cognitivas, comunicação
  • Planejamento motor. 

Por exemplo, dificuldades na coordenação motora fina podem dificultar a participação em atividades de grupo, o que, por sua vez, pode afetar a interação social e a comunicação.

Além disso, é importante destacar a relação entre as habilidades motoras finas e a fala e linguagem. 

Os músculos faciais estão intimamente relacionados com a capacidade de filtrar e expressar a linguagem, portanto, dificuldades na coordenação motora fina podem influenciar negativamente a comunicação verbal e não verbal.

Por que estimular a coordenação motora fina?

O início do desenvolvimento infantil é definido por um período de intensas modificações e avanços, seja motor, mental, físico ou social, por isso, é importante estimular a coordenação motora fina desde a infância. 

Isso porque, a criança tende a apresentar alta receptividade e sensibilidade aos estímulos vindos do ambiente, no entanto, ainda depende inteiramente da relação que estabelece com pessoas e objetos no seu cotidiano. 

Por meio da exploração, a criança passa a desenvolver consciência de si mesma e do mundo externo, sendo um fator imprescindível para a maturação das suas competências e futuramente aquisição de sua independência.

Nesse sentido, a coordenação óculo-manual representa a atividade mais frequente e comum no ser humano. Mesmo quando muito pequenos conseguimos pegar em objetos, transportá-los, atirá-los, além de usá-los para brincar, escrever, desenhar, pintar, comer, etc. 

Essa relação com objetos necessita de uma atividade manual, guiada visualmente, que integra ao mesmo tempo várias estruturas.

Coordenação motora fina e o impacto nas atividades das crianças

O desenvolvimento da coordenação motora fina é essencial para o desempenho das tarefas que a criança realiza diariamente.

Desde tarefas básicas de higiene, como vestir-se e escovar os dentes, até atividades recreativas, como brincar e desenhar, a coordenação motora fina é essencial em todas essas áreas.

Particularmente em atividades que requerem o uso de lápis, caneta ou outras ferramentas de escrita e desenho, como pintar e escrever, a coordenação motora fina é fundamental.

A habilidade de manipular essas ferramentas com precisão influencia diretamente na qualidade do trabalho realizado, seja na escrita legível, na arte criativa ou em outras atividades que exigem destreza manual.

A falta de desenvolvimento adequado da coordenação motora fina pode ainda ter impacto na aprendizagem escolar da criança. 

Dificuldades em escrever de forma legível, colorir dentro das linhas e completar tarefas que exigem habilidades motoras finas podem levar a frustração e desmotivação na escola. 

Além disso, as atividades cotidianas podem se tornar desafiadoras e até mesmo desgastantes para a criança, afetando sua autoestima e bem-estar emocional.

Habilidades de coordenação motora fina

A maturação da motricidade fina é primordial para a relação da criança com o meio e acontece quando a criança interage com objetos e utiliza ferramentas, como por exemplo, nas atividades da vida diária. 

Estas, por sua vez, são atividades orientadas para o auto cuidado, e incluem tomar banho, vestir-se, alimentar-se e higiene pessoal. Em todas elas manipulamos objetos ou ferramentas que são necessárias para a sua efetiva execução, sendo importante considerar o nível de independência de cada pessoa.  

Ao falar de motricidade, fazemos referência a várias habilidades de coordenação motora fina que podem ser resumidas da seguinte forma:

  • Alcance: extensão ou movimento do braço de forma efetiva para agarrar objetos;
  • Preensão: apreender efetivamente com pinça e preensão os objetos de tal forma que não escorreguem;
  • Carregar/transportar: segurar e levar um objeto de um lugar para o outro;
  • Largar/soltar voluntário: deixar intencionalmente o objeto que tinha na mão, num tempo e espaço específico;
  • Uso bilateral das mãos: utilização conjunta das mãos para realizar uma atividade;
  • Manipulação: ajustamento de um objeto na mão, depois de agarrá-lo. Ex. agarrar uma caneta e posicioná-la corretamente para pintar;
  • Destreza: capacidade para realizar pequenos movimentos com as nossas mãos, de forma precisa e eficiente e sem grande esforço.

Vale ressaltar que, se a criança apresenta problemas de motricidade fina, só uma avaliação cautelosa pode apontar onde está a origem dos problemas, além de identificar quais áreas e competências devem ser trabalhadas, sem que se perca tempo com atividades gerais. 

Através da avaliação, a depender da idade e das dificuldades existentes na criança, poderão ser propostas atividades específicas para cada problema apresentado, a fim de compensar as competências menos desenvolvidas.

Brincadeiras que estimulam a coordenação motora fina

Como citamos acima, a coordenação motora fina de crianças está ligada diretamente com o aprendizado da escrita e do desenho, além das atividades diárias como se vestir, correr e brincar.

Sendo assim, desenvolver a coordenação motora fina envolve o controle motor do olho, coordenação visomotora, destreza manual, dentre outras habilidades. 

Dessa forma, algumas atividades e brincadeiras que estimulam a coordenação motora fina podem ser feitas até em casa, durante o dia a dia, confira alguns exemplos:

  • pintura a dedo;
  • montar cordões de miçanga;
  • quebra-cabeças;
  • escrever, colorir e desenhar;
  • colagens;
  • jogos de tabuleiro;
  • instrumentos musicais;

Atividades Físicas Adaptadas

As Atividades Físicas Adaptadas (AFA) são uma excelente opção para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 

Essas atividades são cuidadosamente planejadas e adaptadas para atender às necessidades individuais de cada criança, proporcionando uma experiência inclusiva e divertida.

As AFA podem incluir uma variedade de atividades psicomotoras realizadas tanto no solo quanto na piscina. 

No solo, as crianças podem participar de exercícios e jogos que visam desenvolver habilidades motoras, equilíbrio e coordenação. Isso pode incluir corrida, saltos, exercícios de equilíbrio e jogos de equipe que promovem a interação social.

Na piscina, as crianças podem desfrutar de atividades aquáticas que oferecem uma experiência sensorial única. 

Nesse ambiente, elas podem praticar habilidades de natação, flutuação e movimentos coordenados, ao mesmo tempo em que experimentam uma sensação de relaxamento e liberdade de movimento.

O objetivo das AFA é proporcionar às crianças com TEA e TDAH a oportunidade de se envolverem em atividades físicas de uma forma que seja adequada e confortável para elas.

Ao participar dessas atividades adaptadas, as crianças podem melhorar suas habilidades sociais, desenvolver habilidades motoras e desfrutar de uma sensação de realização e inclusão.

Mesclar atividades diárias com atividades específicas orientadas por profissionais é a melhor forma de desenvolver a coordenação motora fina das crianças.

Para conhecer mais e tirar todas as suas dúvidas, acesse nossa página do Programa de Atividades Físicas Adaptadas.

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Quando e como iniciar o desfralde?

As atividades de vida diária (AVD) que fazem parte do cotidiano infantil incluem tarefas de automanutenção como banho, vestuário, alimentação, uso do banheiro, higiene oral e comunicação. O desempenho de tais atividades é importante para que a criança seja capaz de satisfazer suas necessidades básicas, garantindo-lhe maior independência e participação em seu ambiente domiciliar.

No contexto de desenvolvimento, o controle esfincteriano é um dos marcos do desenvolvimento infantil, considerado um dos primeiros passos para a criança se tornar autossuficiente. Entre os 2 e 3 anos de idade cronológica a criança atinge a maturidade neurológica e pode ser treinada para a aquisição deste controle.

 Embora consideremos a idade cronológica, tal não deve ser o único referencial para iniciar este treinamento e sim, os sinais de prontidão que demonstram interesse e habilidades motoras adequadas. Sendo eles: caminhar, sentar, tirar e colocar roupas, comunicação e compreensão de ordens e comandos. Ou seja, nesta idade cronológica a criança já tem habilidades motoras como pré requisitos estabelecidos que favorecerão o processo do desfralde.

É importante sinalizar que com o passar do tempo, as crianças são apresentadas a outros contextos, o que antes girava em torno somente do seu ambiente familiar, passa a ser mais exploratório em outros meios (creches, escolas, terapias entre outros). Portando, o processo de desfralde deve ser realizado de forma tranquila, sendo necessário uma comunicação entre as partes, para que essas novas relações sejam bem aceita pela crianças. Ou seja, deve acontecer no momento em que a criança começa a ser exposta a mudanças e adaptações de novas rotinas.

Os pais e responsáveis  não devem ter pressa nesse momento, pois a criança precisa possuir maturidade neurológica suficiente para controlar o esfíncter. Uma retirada abrupta ou forçada pode causar disfunções miccionais (incontinência urinária, constipação, encoprese, enurese), além de traumas psicológicos que podem vir a repercutir durante o desenvolvimento da criança.

 Em crianças com o desenvolvimento atípico, o desempenho dessas atividades é, muitas vezes, a principal queixa de pais e familiares, e/ou da própria criança, juntamente com promoção na realização de tarefas de vida diária. Pensando nisso, desenvolvemos algumas dicas e estratégias que podem facilitar e direcionar neste importante processo.

Minha criança está preparada para iniciar o desfralde?

  • Aspetos físicos:
    • Já consegue exercer a marcha com equilíbrio;
    • Permanece com a fralda limpa por algumas horas durante o dia;
    • Já acorda com a fralda seca;
    • Demonstra incomodo quando esta suja ou molhada;
    • Demonstra de forma física ou verbal que está com vontade de fazer necessidades (se afasta, se esconde, fica agachado).
  • Aspetos cognitivos:
    • Compreende as palavras “xixi e cocô”;
    • Consegue seguir instruções de 2 passos “vá na sala e pegue o controle”;
    • Entende sinais físicos de que está com vontade de ir ao banheiro;
    • Já tem uma rotina biológica (momentos e períodos aproximados).
  • Facilitando o processo:
    • Vista a criança de roupas leves e fáceis de tirar;
    • Possibilite a entrada no banheiro: deixe a porta aberta, se utilizar penico, deixe-o em um lugar acessível.
    • Use o brincar como estratégias fundamentais: fazer de conta da hora do cocô ou da hora do xixi; reproduzir a ação no faz de conta em si próprio (não apenas em bonecos).
    • No processo da brincadeira, utilize instrumentos que se aproximem da ação: agua escorrendo, massinha de modelar marrom. Adicione esses instrumentos no brincar.

Utilize a capacidade de imitar para aprender:

  • Dê modelos gestuais da ação para que a criança reproduza;
  • Ensine a menina a se limpar de forma correta;
  • Ensine o menino, inicialmente á fazer xixi sentado, depois em pé: mostre a ele como colocar o pênis para baixo, com a mão; à medida que ele aprender, sugira para o treino do xixi em pé na privada. (Pode usar um banquinho).

Identifique o perfil sensorial:

As dificuldades no processamento sensorial em meninos ou meninas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) comprometem, em graus variados, gerando dificuldades consideráveis que podem ocasionar padrões de respostas sensoriais que incidem negativamente em diversas áreas do desenvolvimento em seus mais variáveis contextos, refletindo, em muitos casos no processo de quando e como iniciar o desfralde.

Nesta perspectiva é importante identificar o perfil sensorial da criança. Observe se há uma resposta exagerada da criança diante de estímulos internos e externos: Hiper-reativiadade ao cheiro, textura, aparência do xixi ou cocô. Neste caso, é importante procurar um terapeuta ocupacional especializado em integração sensorial.

Hellen Patrícia O. de Souza dos Santos
Terapeuta Ocupacional
CREFITO 19936 – TO
Pós – Graduanda em Analise Aplicada do Comportamento

 

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REFERÊNCIAS:
SILVEIRA, A.D.; SANTOS, C.G.Ensino de Habilidades para pessoas com autismo: manual para intervenção comportamental intensiva. Belo Horizonte: CEI Desenvolvimento Humano, 2019, 216p.
CAVALCANTI. Alessandra; GALVÃO. Claúdia.; Terapia Ocupacional Fundamentação e Prática. Rio de Janeiro, 2007.

 

 

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